sexta-feira, 25 de maio de 2007

Cultura Negra

A África,AIDS e o capitalismo
O continente Africano foi o que mais sofreu com o desenvolvimento do capitalismo.Só no Brasil mais de 14 milhões de africanos vieram trabalhar nas lavouras,canaviais e mineração, servindo como mão de obra barata.As elites européias buscaram a todo custo dominar principalmente a África do Sul.Ingleses, franceses,alemães, todos sabiam das riquezas minerais do continente africano.Até o inicio do séc.XXI o APARTHAID,proibia a maioria da população da áfrica de eleger os seus governantes, negros não podiam freqüentar os mesmos lugares que os brancos,era proibida a relação entre negros e brancos.
Com o fim do APARTHAID, a eleição do primeiro presidente negro da África do sul, Nelson Mandela. A áfrica passou por um período de transformações nas suas estruturas administrativas.Em relação a AIDS, o continente africano é o que mais sofre com a epidemia.Fruto de um processo histórico que negou saúde e assistência a população negra. A falta de políticas publica tiveram como conseqüência um aumento nos casos de AIDS no mundo.Não é só na África mais a população negra do mundo todo é a que mais morre e sofre com está doença.
É lamentável que assistir todos falarem na África, como o lugar que mais tem pessoas infectadas com o vírus,mas não falam os motivos. Os negros são vitimas de uma doença que se espalhou pelo mundo e atingiu principalmente as populações mais pobres.Nesse sentido, por ter sofrido um período de guerras,pela corrupção dos governantes,pela exclusão e negação da cultura, nossos irmãos da áfrica, estão morrendo.Não são culpados,mas sim, vitimas do sistema capitalista, que para se desenvolver se apropriou das riquezas minerais de um continente e nem pensou nas conseqüências.
Agora no Dia mundial de luta contra AIDS, a sociedade mundial busca forma de resolver os problemas que ela mesma criou em nome do desenvolvimento tecnológico e do capitalismo.Acabar com AIDS e diminuir a incidência do vírus HIV, é necessário vontade política e reconhecimento que a mesma é fruto de séculos de escravidão e apropriação material e humana da comunidade negra no mundo.E impossível acreditar que passados mais de 20 anos que o vírus foi descoberto, cresce a cada ano o número de pessoas infectadas.E que muitos paises tenham fechados os olhos e não desenvolvido uma políticas, me parece , que a epidemia é fundamental, para o sistema capitalistas, pois os que mais sofrem são as populações de vulnerabilidade social no mundo,assim e, vez de atender estas populações com políticas de Saúde, alimentação e condições dignas de moradia,buscam fechar os olhos.Os paises que enfrentaram a epidemia e desenvolveram políticas de tratamento de prevenção, conseguiu melhor a expectativa de vida, mais não a melhoria na qualidade de vida.
Isso deixa claro,que enfrentando ou não a epidemias e pobreza acabe,isso é uma característica fundamental do sistema que para se manter necessita da pobreza, e a causas do aumento da epidemia justamente para atender aos interesses dos centros de pesquisas e das empresas que produzem os medicamentos que aumentam as expectativas de vida. Até uma doença tão grave como a AIDS e utilizada para fins econômicos.
É preciso uma consciência dos paises, que a AIDS é um perigo para a Humanidade e principalmente para crianças e jovens do mundo todo.A luta contra a AIDS é luta da sociedade mundial contra o sistema que gerou e a sustenta.



Reconhecer e ter consciência Negra.
Quando chega perto do dia 20 de novembro e da semana nacional da consciência negra, fico pensando o que é ser consciente e o que é ser negro.
Começo pelo segundo. Quando eu tinha mais ou menos 5 ou seis anos é que fui me reconhecer como negro, ou seja, sendo diferente dos outros.Nessa idade as crianças buscam apenas brincar e se divertir, mas algo tinha mudado em mim,percebi que a palma da minha mão era de uma cor e a parte de cima era de outra.Meus colegas eram na maioria brancos e já no jardim tive contado com os primeiros atos de discriminação. Tinha na época, passava o sítio do pica-pau amarelo e tinha a vó Anastácia. Todos me chamavam por esse apelido.A partir daí comecei a reparar que a cor da minha pele tinha algum significado no que meus colegas falavam.Foi quando comecei a me olhar no espelho e a notar minhas características, a cor do meu cabelo,meu olhos, minha boca, meus dentes.Percebi que era diferente sim e comecei a tomar consciência que a minha cor estava relacionada os membros da minha família e ao tratamento que recebia dos meus colegas.
Já a minha consciência negra, venho com 23 anos, quando minha irmã que namorava um professor, trouxe para casa, vários livros com cem paginas, que falavam da escravidão e das humilhações que sofreram a comunidade negra no Brasil.Isso me trouxe várias respostas.Por que os negros são maiorias e mesmo assim são discriminados?Por que não sei que região da áfrica meus ascentrais vieram?Por que não vejo negros em maioria na universidade?Por que os garis, empregadas domesticas,carroceiros,ladrões, são na maioria das vezes negros? Por que há bem mais brancos do que negros na minha escola?
Todas essas perguntas vieram como uma bomba,pois a única explicação que eu encontrei foi que ao negro estava destinado o trabalho braçal e não intelectual.Tudo isso, me vez observar e analisar a sociedade com outros olhos.Passei há não acreditar mais que preconceito não existe e que todos tem as mesmas oportunidades.
A minha consciência negra não surgiu na escola, pois da forma em que foi tratada, me fez ficar com raiva e sentir vergonha do passado.Em nenhum momento,as diferenças de culturais foram respeitas, me chamar de negro e de macaco na infância era algo natural,pois era comum meus colegas me chamarem assim, pois não havia conseqüência e nem punição.
Minha consciência surgiu não pela vontade do estado, mais sim pela vontade de pessoas negras e brancas que me ajudaram a saber a verdade e desmascarar esta sociedade, que nega a cultura do ser que é diferente.Pois procura tratar todos como iguais, não somos iguais e a sociedade tem que reconhecer, nosso jeito de ser é diferente,isso não quer dizer que somos inferiores, como procuraram as elites reforçar para manter seus privilégios.Minha consciência surgiu quando conheci a história de zumbi dos palmares,que a história oficial procurou me esconder.Minha consciência negra surgiu, comparando nos livros o que é ser negro e o que é ser branco.Minha consciência negra, me fez ter orgulho da minha etnia, do meu passado e saber que apesar de tudo, nosso povo ainda luta. Minha consciência surgiu quando reconheci em mim,hábitos que não foram da minha cultura, mas sim, que me foram impostos indiretamente.
Quando chega 20 de novembro, agradeço zumbi e agradeço ao dia que me reconheci como negro e minha consciência passou a ser negra.




A contradições
O mundo está cheio de contradições.Percebe-las não é tarefa tão difícil.Para isso basta ligarmos o rádio,a televisão ou ver nos jornais.Pessoas dizem uma coisa e fazem outras.
Quanto ao papel destinado ao negro na sociedade brasileira a contradição ainda maior.
É fácil perceber que a maioria dos negros de sucesso, jogam futebol,são cantores,músicos,atores,professores,historiadores,antropólogos,sociólogos apesar de ser um número ainda bem pequeno.
Por outro lado, temos no Brasil uma maioria de negros sem acesso conseguir ingressar na faculdade, concluir o ensino médio e em muitos lugares do país, nem o ensino fundamental.Trabalho braçal ou pesado no país ainda é na sua maioria realizado por negros.
Os espaços destinados aos negros, foram com o objetivo de criar uma falsa democracia racial.Na medida que percebemos que gostamos de futebol,de cantar,tocar,pois foi o espaço que nos foi dado após o fim oficial da escravidão.Quebrar estas contradições não é tarefa fácil, exige conhecimento,informação,posicionamento político e uma força de vontade de mudar e lutar pelas mesmas garantias de direitos.Queremos que o negro, tenha a mesma oportunidade de ser doutor,filósofo, escritor,políticos entre outras tantas profissões importantes que a comunidade negra dificilmente tem acesso.A cada encontro,seminário e debate que participo, fico cada vez mais convicto que a luta do movimento negro é de diminuir e acabar com as contradições.
Tive a oportunidade de debater com uma psicóloga a questão étnica.No final do debate que tinha durado entorno de duas horas.Onde expliquei o que representava o movimento negro,as cotas,ações afirmativas e como foi o processo de escravidão dos nossos ascentrais.Ela uma jovem psicóloga, me diz assim:
-Não adianta sempre vai precisar de alguém pra realizar as tarefas que ninguém quer fazer.
Neste momento eu lhe falei:
-Tudo bem mas que não seja a maioria negra como vem sendo.
Neste momento, todos que estavam na sala riram.Percebe então, que apesar de todas as explicações e justificativas houve uma contradição nas sua fala.Pois ela considerava mesmo que indiretamente.Que alguém precisa fazer este trabalho então que seja o negro.
É exatamente essa visão que tentamos mudar, que o negro nasceu para trabalhar braçal e outras etnias para o trabalho intelectual.Essa dicotomia permanece na sociedade brasileira até os dias de hoje.Isso é uma herança que as elites deixaram, onde o lugar do negro é na cozinha ou então na senzala.










Assistencialismo na tv.
Todos os domingos os programas de televisão, ficam todos interessados em ganhar audiência, para isso utilizam diferentes táticas.
Alguns trazem modelos e fazem as mais divertida brincadeiras, outros dão prêmios em dinheiro ou usam da participação interativa. Vale de tudo para conseguir alguns pontinhos a mais no IBOPE.
Mas o que mais me preocupa, são os programa de televisão que dão dinheiro e não se sabem como os ganhadores irão administrar os mesmos. É o mesmo, que dar dinheiro para um menino na sinaleira. Antigamente a pessoas achavam que dando dinheiro estava resolvido o problema, pelo contrário, muitas crianças abavam sendo vitimas de pais e mães que não tinham como trabalhar e a solução encontrada, era mandar seus filhos pedirem um trocados nas sinaleiras para o sustento da família.
Digo isso, pois os programas dão dinheiro, carros, motos, apartamentos, aluguéis e acham que o problemas dos ganhadores estão resolvidos.Alguns programas, começam a orientar seus ganhadores de como administras seus prêmios e de não serem vitimas de oportunistas de plantão,fazendo péssimos investimentos.Não basta apenas ensinar a pescar e preciso também conduzir até o rio.
Os afros brasileiros que recebem prêmios na maioria das vezes, pelo fato sentirem a necessidade de repartir os seus ganhos com os parentes e amigos, acabam sendo as principais vitimas de oportunistas ,pois desde muito cedo, estão acostumados a dividir os seus ganhos.Historicamente não foi ato-a que a primeira modo de produção socialista no Brasil, foi o Quilombo de Palmares, destruído justamente por ser uma contraposição ao sistema capitalista..
A cultura consumista,individualista,assistencialista e capitalista da sociedade brasileira, faz as pessoas a pensarem apenas em si. O fato de a maioria dos negros e negras que são premiadas acabarem na mesma situação de antes, mostra o quanto o cultura individualista é difícil para os descentes africanos, pois repartir é uma prática tão comum assim como confiar na bondade das pessoas.
Os programas devem orientar as pessoas ganhadoras e acompanhar durante um tempo, para que as famílias possam gerir aquele ganha para o sucesso.Onde a oportunidade seja o fim de uma vida dura e cruel, e passe a ser uma sorte que foi bem aproveitada e serviu para melhor o padrão de vida da pessoa.
Deixar de ser assistencialista é o futuro da televisão brasileira,só assim estará contribuindo para melhora do país.
Apesar da televisão ter sido criada para atender os interesses das elites dominantes. A função social dos meios de comunicação é muito cobrada. As emissoras que começam a dedicar atenção e procuram criar departamentos que fiscalizam os premiados, além de conscientizar os telespectadores, acabam mudando o conceito de televisão voltada apenas para o entretenimento e lazer.
Se combatemos a esmola e o dinheiro entregue a crianças, adultos e adolescentes, devemos analisar o dinheiro que é dado na televisão brasileira, sem acanhamento e orientação.Sorte não é ganhar dinheiro e assim saber conviver com ele, com vista a melhorar a qualidade de vida.Pois o dinheiro pode ajudar no fracasso ou no sucesso pessoal do individuo depende de como foi ou for administrado.
Durante anos no Brasil, o negro não tinha sua história contada da maneira como aconteceu. Procurava-se então, nas escolas mascaras as realidades e dificuldades pelos quais a comunidade negra sofreu e vem sofrendo.
A partir da obrigatoriedade de se abordar nas instituições escolares a história da comunidade negra no Brasil , espera-se que aumente o número de publicações no mercado editorial de literaturas negra. Pois a história sempre foi contada do ponto de vista das elites. Colocando que a escravidão acabou, que o racismo não existe, que no Brasil negros tem as mesmas oportunidades de ascensão social, que graças à princesa Isabel a escravidão acabou no Brasil, que o negro não valoriza a sua cultura entre outras.
Na verdade estes autores, buscavam desenvolver no negro a falta de argumentações para buscar os seus direitos históricos que foram negados após o fim oficial do regime escravocrata.Com objetivo fundamental de transplantar uma cultura européia. O negro como personagem principal na história nunca foi apresentada.um exemplo disso foi à guerra dos Farrapos, onde o negro serviu de bucha de canhão e a revolta de Porongos é colada de forma trágica como um
fato isolado.A lei áurea surgiu por que o negro já vinha buscando sua liberdade e não aceitava mais ser escravo, pois o número de revoltas vinha crescendo e vários senhores estavam sendo assinados.
Contar os fatos históricos contextualizando, buscando não só fontes escritas,mas orais, musicais, artísticas e plásticas,irão enriquecer os história do negro.Porém, se a seleção de autores não levar a reflexão da realidade e o passado histórico, será o mesmo que fizeram com 13 de maio, garantiram liberdade, mas não garantiram a igualdade.é fundamental que os professores selecionem livros da literatura negra do ponto de vista dos oprimidos, buscando desenvolver nos educandos reflexões e competências para transformar a realidade social, desigual e discriminatória da sociedade brasileira.










Estatuto da Criança e do Adolescente
A partir de nova carta magna de 1988, a criança e o adolescentes passaram a ter direitos sociais e prioridades nas políticas públicas, sendo concretizada em 1990 com a lei federal 8.069/90, que dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente(ECA)
Desde de momento que foram criadas normais e dando os rumos pedagógicos e sociais inúmeras críticas passarão a ser feitas ao ECA. Os conselhos tutelares foram criados com a intenção de fiscalizar e ajudar na efetivação da políticas públicas a infância e a juventude.
Com a crescente número de jovens e crianças expostos a drogadição, sendo vitimados pela falta de políticas de segurança pública e educação. Crianças e adolescentes estão sendo usados nos crimes organizados e nas vilas e favelas,servindo de mão de obra barata ao tráfico. Não obstante, nossas crianças estarem sendo usadas, os meios de comunicação e mídia tenta jogar a culpa no ECA dos problemas sociais, que há séculos não estão sendo resolvido no Brasil.
As elites, vítimas da criminalidade, tentam resolver os problemas, exigindo que os políticos formulem projetos e leis, que vão de encontro ao estatuto da criança. Argumentando que diminuindo a maioridade penal, e botando as crianças mais cedo na prisão, seria resolvido o problema da criminalidade.Ora, não precisa ser nenhum sociólogo pra saber, que as lei não está sendo cumprida por falta de investimentos na recuperação de menores infratores.Pois as FEBEM OU FASES, estão superlotas, com falta de material pedagógicos, técnicos e humanos, não podendo assim tratar os menores infratores onde os locais que deveriam reabilitar o jovem para o convívio social, acabam transformando a maioria em marginais e adultos criminosos.
Não precisa baixar a maioridade penal, e sim, exigir que os recurso que deveriam ir para educação, não fossem desviados para o pagamentos de dívidas com o FMI ou investimento em desenvolvimento tecnológico, sem antes resolver os problemas sociais. Por fim,as elites deveriam engajar-se efetivação do ECA que o resultado seria, diminuição da criminalidades entre crianças e adolescentes, pois teriam um estado acolhedor, fraterno e igualitário, dando oportunidade de recuperação as vitimas da sociedade e do estado brasileiro..






Agora é hora de pagar a conta.

Durantes mais de trezentos anos, o negro no Brasil, viveu sobre o regime escravocrata. Sustentando as elites e as oligarquias. Passados mais de cem anos, após o fim oficial do regime, o negro ainda continua carregando nas costas uma elite diferente daquela de 200 anos atrás. Agora é uma elite preocupada com os problemas sociais, que tenta reparar o erro que cometeram, não dando a mesma oportunidade dada a imigrantes que vieram para o Brasil. Todos pensavam que com o fim da escravidão, o negro teria a liberdade sonhada do tempo dos quilombos. Mas, foi o contrario, perderam as terras e foram jogados a margem da sociedade. Sem emprego, sem história e sem terra.
Hoje a sociedade tenta reparar um dano causado. Mesmo assim, há setores que são contras as políticas afirmativas.Primeiro desconhecem o passado histórico do negro e sua contribuição na formação e na identidade do povo brasileiro. Segundo, por não aceitar que possam ter a mesma capacidade intelectual de poder os brancos, em nome da qualidade das universidades. Terceiro,não querer assumir a cara racista e preconceituosa que o Brasil tem, ou seja, racismo velado. A forma encontrada pelas elites, para não pagar, o dano causado a
comunidade negra. Quando o retirou de sua terra, tentando tirar a sua alma, coisificando, trocando-o por mercadorias.
Basta olharmos nas revista, jornais, cinemas, universidades, novelas, repartições públicas, escolas. Pra ver que o negro, apesar de ser a maioria, não está presente. A sociedade dá aos brancos 80% das cotas. E resiste, quando o movimento negro pede 20%.
Que todos são iguais perante a lei é verdade, e que as cotas não garantiria este direito também. Contudo, acreditar nessa igualdade, é não assumir as contradições existente, numa sociedade capitalista, que se beneficia do racismo. Então chega de mentira e vamos assumir a verdade. Que é direito sim, é uma dívida que a sociedade brasileira tem que pagar. Então, chegou a hora de pagar a contas e com juros.


As estradas do Brasil

Com o aumento das exportações o Brasil tem um grande problema para resolver. Caso não aumente as verbas pra conservação, manutenção de estradas e criação das mesmas, cairá a credibilidade das empresas exportadoras e conseqüentemente o emprego que vem crescendo.
Há muitas gestões que a qualidade das rodovias vem sendo questionada, pois há falta de policiais rodoviários e fiscalização, onde a péssima estrada contribui para entrada de drogas e armas no país. Se não bastasse isso, o roubo de carros e mercadores são reclamações constantes de quem utiliza as estradas federais e estaduais. Qual a conseqüência disso, os paises que compram produtos brasileiros não irão querer correr o risco de ver suas mercadorias danificadas no transporte.
Com qualidade dos produtos , o emprego vem junto com o crescimento da economia e das exportações. Onde a empresas precisam contratar mão de obra para atender a demanda. Nos últimos meses com o crescimento do PIB (Produto interno Bruto) e com a pressão dos sindicados ligados as grandes empresas, o governo será obrigado a melhorar a qualidade das rodovias. Mais recursos públicos e parcerias do ministério do transporte com os estados terão que ser feitas.Constituição coloca que é obrigação da união a criação de estradas e rodovias. Muitas estradas nem foram concluídas por falta de pagamento da união. Rodovias inacabadas podem ser vista em qualquer viagem de um motorista pelo Brasil, já ficamos impressionados com o tamanho do descaso da poder público com nossas estradas. Sem falar, nos aumentos do acidentes causados por falta de sinalização e pavimentação, com estradas esburacadas e sem cercamento, onde animais atravessam a pista e causam acidentes gravíssimos.
É urgente que o estado nos próximos meses execute políticas públicas que melhorem a qualidade das estradas, pois só assim, haverá um crescimento não só do PIB, mas também um crescimento do país como nação, pois a imagem do Brasil está nas suas rodovias.









Conhecendo São Paulo

Graças ao programa Cultura Viva do governo federal, eu e mais 24 pessoas entre elas educadores e jovens do Ponto de Cultura Campo da Tuca.tivemos a oportunidade de conhecer São Paulo.Foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida.Passamos uma semana na cidade conhecida como terra da garoa.Ficamos hospedados no hotel Braston,um hotel muito aconchegante e lindo. Os jovens olhavam para janela e muitos não acreditam que estavam em São Paulo.Me lembrei daí da música de Caetano Veloso Sampa.Tive a oportunidade de cruzar a Ipiranga com a Avenida São João, andar de metro,ver a Praça da Sé, caminhar pela marginal,se encantar e reclamar do engarrafamento da cidade,quebrar alguns mitos e esteriótipos e visão que nós gaúchos temos da cidade que nos passam pela televisão.
Mas fomos lá para mostrar o que tínhamos desenvolvido com jovens do Ponto de Cultura.Eu como educador me senti com a responsabilidade de preparar o grupo para a oficina que iríamos desenvolver.Percebia a cada ensaio, que eles estavam inseguros,mas a toda momento eu tentava motiva-los.Quanto chegou o tão sonhado dia.Acordamos cedo,apesar disso alguns ainda se atrasaram e chegaram minutos depois no Parque Ibirapuera, que por sinal é um dos lugares mais lindo que já tinha conhecido.Pois bem, começamos colocando no telão, que tinha no Espaço Pretto Góes, uma reportagem que resumia o que era o Ponto de Cultura Campo da Tuca.Enquanto isso as pessoas iam chegando.Quando começamos a oficina de musicalização, pude perceber no rosto do jovens a felicidade deles por estar dão tudo certo.As pessoas cantavam ,dançam, faziam gesto e os jovens ali perceberam da importância da musica na vida das pessoas.
O momento mais importante da oficina, foi quando um menino de aproximadamente uns 8 anos, que era portador de necessidades especiais e utilizava cadeira de roda, foi chamado para brincar e um dos agentes começou a fazer brincadeiras com ele na cadeira de roda.Acho que aquela criança nunca tinha se sentido tão feliz na vida.Todos ficaram emocionados com atitude de solidariedade do Agente de Cultura Fabrício.Um rapaz de 22 anos que começou a sentir cidadão a partir do dia que começou a fazer o curso de Agente de Cultura .Aquele momento foi inesquecível.Após terminar oficina todos cantamos a música do Agora é nossa hora, nossa vez.E aquela foi a nossa hora.Mostramos em duas horas de oficina como alegrar a vida das pessoas e como fazer as crianças felizes.Ali percebi que o que eu fazia tinha realmente um significado.Tinha saudade de casa, dos meus amigos,da minha namorada , da minha família, mas naquele momento senti uma responsabilidade e felicidade, não por mim, mas pelos jovens.
Quando chegou a noite, não falavam em outra coisa,fui no quarto de cada um um,mas o que mais me emocionou, foi entrar no quarto do Fabrício e do Carlos, e ouvir coisas maravilhosas,conhecer suas histórias de vida, que se confundiam com minha, uma vida marcada por dificuldades, mas ao mesmo tempo esperança, persistência e fé.Antes a relação minha com os jovens era de educador, após a viagem nos tornamos amigos.E a amizade foi o que ficou de produtivo.Voltamos pra casa e chegamos em Porto Alegre todos com saudades das famílias e cheios de novidades para contar.
A lembrança daquela cidade, daquele mês,daquela conversa com os jovens,da oficina de música e do rosto de alegre daquele menino na cadeira de roda, jamais sairá da minha memória e nem das pessoas que participaram do Teia.Pudemos ver a cultura negra presente em quase todos os espaços.Do hip-hop ao maracatu,do samba de roda ao axé.Senti orgulho de ser negro e saber que assim como eu, muitas pessoas estavam e estão fazendo alguma coisa pelo seu povo, através da cultura em alguma parte deste país.
Conquistas da educação moderna em 20 anos.
Passados vinte anos, os brasileiros podem comemorar, desde 2004 que o Brasil não tinha uma educação de qualidade que nem tem agora.
Os dados do IBGE, mostram que aumentou em 50% a participação dos negros na universidade, o índice de evasão escolar chegou a 1%, o ensino médio passou a se obrigatório, assim como o ensino fundamental, 20% do PIB (Produto Interno Bruto) foi investido em educação, a Educação deixou de estar vinculada ao trabalho ou especialidades e passou a desenvolver os educandos na sua formação geral (totalidade), todas as pessoas tiveram acesso a escola gratuitamente, o ensino privado passou a ser uma opção dos estudantes e não mais uma necessidade,os meios de comunicação de massa se engajarão na diminuição do analfabetismo, 90% dos estudantes que cursarão o ensino médio chegarão na universidade, mais escolas foram construídas nas zonas rurais, as instituições escolares passaram a atender os educandos em turno integral, os professores passaram a ter como piso salarial R$ 900,00 e por fim , currículo escolar passou a ter um currículo básico nacional.
Os dados citados acima , representam o sonho dos brasileiros. Nós não estamos em 2024, nem tivemos todas essas conquistas. Na realidade, o Brasil vai passar mais de cem anos tentando corrigir os erros e equívocos cometidos por falta de investimentos na educação , que não foi prioridade de muitos de nossos governantes, que sucatearam a educação pública, tornado-a sempre em atraso ao desenvolvimento cientifico e tecnológico.
Apesar disso, temos a esperança que nos próximos vinte anos,tenhamos grande parte das conquistas citadas nesse artigo. Que o Brasil se torne uma grande nação, que a falta de investimentos do passado, fazem foi ,um pesadelo, que o Brasil quer esquecer.Para atingir tal propósito, será preciso que nossos políticos,legisladores e a sociedade se transformem e mudem o atual sistema, que vem a muito tempo prejudicando o povo brasileiro, não permite que haja justiça social neste país. Temos que ter a esperança. Terminamos com a palavras motivadoras de Paulo Freire “ o mundo não é desse jeito, mas está sendo”. Cabe principalmente aos educadores ajudar nessa mudança de paradigmas da sociedade e na transformação de um mundo melhor e mais justo. Esperança meu povo!




Consciência de negrA

Construir a Consciência Negra fica mais fácil, principalmente no mês de Novembro.Onde os debates entorno da discrimação racial,social,política e econômica é mais discutida devido ao 20 de novembro.Em comemoração ao grande líder e referencia de luta contra a opressão e direito por liberdade Zumbi dos Palmares.
Tive a oportunidade de participar de um seminário de Planejamento do Movimento Negro Unificado.Foi a maior experiência da minha vida.
Desconstrui valores, adquiri novos conhecimentos e fiz novas amizades.Se não bastasse tudo isso.O mais importante,foi saber que não estou sozinho nesta luta.E que a mesma já começou a muito tempo.
Com os primeiros negros que se rebelaram contra o império, Palmares foi e é ,o que conduz luta de milhares de negro do Brasil até o hoje,pois nos traz esperança de construir uma sociedade mais justa.Onde pessoas de diferentes etnias, negros,índios e brancos vivam harmoniosamente.
Dois momentos me chamaram a atenção no seminário.
Primeiro uma menina de aproximadamente 10 anos.Se aproximou do microfone e disse:
“Gostaria que vocês me ajudassem a construir um MNU pra crianças, pois estou cansada de ser chamada de batuqueira na escola”.
A fala desta menina aos prantos comoveu a todos e confirmou o que todos ali estavam para debater e mudar.Mas não no futuro e sim, no presente.A partir disso, percebi que o movimento negro tem uma importância fundamental na construção de uma sociedade que respeite as diferenças. Uma sociedade que reconheça o papel fundamental que a comunidade negra teve na construção desse país.
Segundo, participei a tarde de um grupo que discutia a questão de gênero feminino e o quanto mulheres negras sofrem em dobro a discriminação e o preconceito.Sendo as principais vítimas de uma sociedade capitalista e machismo.Participar desse grupo me trouxe uma consciência Negra, porém agora de gênero.
Gilberto Gil fez uma canção em que um trecho diz:
“Um dia vivi na ilusão de ser homem bastaria e que o mundo masculino tudo me daria.”
Nós homens temos esta visão distorcida, em que tudo podemos, mandar nas mulheres, nos filhos,somos maioria nos principais parlamentos do mundo,todos as principais lideranças da história são homens.Tudo isso devido a uma visão patriarcal características da sociedade Capitalista e visão machistas de seus historiadores.
Por fim,construir a consciência é saber que muitos homens, na sua grande maioria,são vitímas do próprio sistema que todos os movimentos buscam combater.Mudar o conceito de homem e fundamental na construção de uma sociedade melhor, mas digna e humana.As vezes, nós homens perdemos o senso de humanidade e direitos.Cada vez que cometemos atitudes machistas.Minha consciência não é apenas negra.Mas a partir de agora de gênero.Pois mudar para mudar sociedade que temos e ainda hoje, requer acabar com qualquer forma de discriminação e preconceito.Nesse sentido a luta da mulher negra, não é uma luta só delas,mas também de toda as pessoas do mundo que querem um vida melhor.Nesse sentido é fundamental para os homens, principalmente os gaúchos se reconhecerem quanto machista.E a partir daí mudar atitude e a mentalidade em relação as mulheres.
Agora entendo,porque o 20 de novembro se chama dia Nacional da consciência Negra.
Minha namorada é branca
Se relacionar com alguém nos dias de hoje, não é tarefa muito fácil. Os meios de comunicação a todo o momento ditam modas, costumes que de alguma forma acabamos incorporando no dia-a-dia, principalmente o consumismo.Ficar sem compromisso, ter relacionamentos sexuais com várias pessoas, casar e se divorciar independente de ser homem ou mulher, dificulta cada vez mais as relações interpessoais. Casar requer reconhecer no outro a diferenças de crenças, valores e costumes.
Antigamente era comum casal da mesma etnia se casar.Branco com branca, negro com negra, índio com índio , mestiço com mestiço e entre outros.Não era comum vermos na televisão um negro com uma branca ou vice- versa.Com as dificuldades econômicas e com êxodo rural, pessoas de origens européias passaram a buscar emprego nas cidades. Muitos acabaram deslocando-se para periferias ou favelas.
Povos de culturas, costumes e valores passaram a usufruir os mesmos espaços.Houve então os primeiros conflitos e relações amorosas de pessoas de etnias diferentes.
Os conflitos se acentuam, quando ha diferenças de classes entre ambos.Numa sociedade marcada pelo individualismo, acabamos pensando apenas nos nossos valores e esquecemos que o outro também tem os seus. Culturas diferentes quando não há dominação de nenhuma das partes, a tendência é surgir uma cultura rica, mas quando ha dominação e transplantação cultura os conflitos são inevitáveis.
Assim foi com minha namorada branca, seus valores entraram em choque com os meus.Sua cultura, a todo instante tentava dominar a minha, seu preconceito se acentuava cada vez mais.Sujeitava-me a negar a minha cultura para não haver um choque entre os seus valores e os meus. Mas quando ocorreu a revolta e a vontade de libertação foi inevitável, pois tínhamos perdido o respeito, eu pela sua cultura e ela pela minha.
Meu caso, mostra bem o quando a relação de pessoas de diferentes costumes e valores, por mais bem informadas que possam parecer, podem acabar terminando o relacionamos por negar a cultura do outro e querer impor a sua própria cultura.
Reconhecer o direito do outro, sem preconceito não é tarefa fácil, pois não aprendemos a aprender a viver com pessoas diferentes e respeitar as sua opiniões, seus valores, seus costumes e suas crenças, quando são diferentes da nossas.
Com certeza, a partir do momento em que as diferenças não forem motivos de separação, teremos casais felizes e cultura de dominação não terá mais espaço na sociedade.















































Cotas para imigrante

No início do período republicano as entradas de imigrantes foram feitas através de cotas. Vários grupos de diferentes paises da Europa receberam terras e quantias em dinheiros para se instalarem, principalmente, nos estados do rio grande do sul e são Paulo.
Os imigrantes vieram para o Brasil na esperança de encontrar um lugar melhor para viver do que na Europa, porém encontraram aqui uma série de dificuldades. Os proprietários em muitos casos recebiam o mesmo tratamento que era dado aos escravos. Devido à cultura esses povos se revoltaram e não aceitaram receber o mesmo tratamento. Vários comunicados dos imigrantes foram mandados para Europa e o governo brasileiro teve que tomar medidas para proteger os imigrandes.
Do ponto de vista cientifico da época. Os imigrantes entrariam no Brasil para mudar imagem de um país com uma cultura negra e de população mestiça.os legisladores da época, consideravam que negro assim como os amarelo, eram inferiores. Isso bastava para justificar o atraso do Brasil. Então, era fundamental incentivar a vinda das comunidades européias, pois assim, seria possível o Brasil desenvolver-se como nação.Assim, anos mais tarde se construí na década de 20 a imagem que aqui existia uma democracia racial, onde negro,brancos, índios e amarelos, viviam em paz, pois tinha as mesmas oportunidades, de entrar no mercado de trabalho.
Na verdade, as elites incentivarão como forma de não reparar politicamente a comunidade negra, pelos danos causado em séculos de escravidão, trabalho braçal, chicotadas e outras formas de desumanidade. Na medida em que garantiram que todos são iguais perante a lei, não levando em consideração que a comunidade negra, ficou estigmatizada e sem as mesmas oportunidades que outras comunidades. Procuraram esconder de baixo do tapete, os problemas sociais do Brasil, incentivando a entrada dos imigrantes.Como forma branquear o Brasil.
Atualmente percebemos que os fizeram muito bem. Pois até hoje, o negro continua marginalizado sem as mesmas oportunidades de descentes de outras raças. As cotas continuam, porém não mais para entrar no Brasil.mas sim, para manter as elites no poder, nas universidades, nas repartições públicas e na sociedade. A única forma de resolver os problemas sociais é Brasil assumir o racismo indireto que existe na nossa sociedade].


Agora é hora de pagar a contas.
Durantes mais de trezentos anos, o negro no Brasil, viveu sobre o regime escravocrata. Sustentando as elites e as oligarquias. Passados mais de cem anos, após o fim oficial do regime, o negro ainda continua carregando nas costas uma elite diferente daquela de 200 anos atrás. Agora é uma elite preocupada com os problemas sociais, que tenta reparar o erro que cometeram, não dando a mesma oportunidade dada a imigrantes que vieram para o Brasil. Todos pensavam que com o fim da escravidão, o negro teria a liberdade sonhada do tempo dos quilombos..
Hoje a sociedade tenta reparar um dano causado a comunidade negra. Mesmo assim, há setores que são contras as políticas afirmativas.Primeiro desconhecem o passado histórico do negro e sua contribuição na formação e na identidade do povo brasileiro. Segundo, por não aceitar que possam ter a mesma capacidade intelectual dos brancos, em nome da qualidade das universidades. Terceiro,não querer assumir a cara racista e preconceituosa que o Brasil tem, ou seja, racismo velado. A forma encontrada pelas elites, para não pagar, o dano causado a comunidade negra.
Quando os retirou de sua terra, tentando tirar a sua alma, coisificando, trocando-o por mercadorias.
Basta olharmos nas revista, jornais, cinemas, universidades, novelas, repartições públicas, escolas. Pra ver que o negro, apesar de ser a maioria, não está presente. A sociedade dá aos brancos 80% das cotas. E resiste, quando o movimento negro pede 20%.
Que todos são iguais perante a lei é verdade, e que as cotas não garantiria este direito também. Contudo, acreditar nessa igualdade, é não assumir as contradições existente, numa sociedade capitalista, que se beneficia do racismo. Então chega de mentira e vamos assumir a verdade. Que é direito sim, é uma dívida que a sociedade brasileira tem que pagar. Então, chegou a hora de pagar a contas e com juros.


Discurso
Boa noite senhoras e senhores ,autoridades públicas, representantes da sociedade civil e da iniciativa privada,ativistas culturais e demais colegas.
È com muita alegria que estou aqui hoje, pra falar de um trabalho que começou a seis meses,porém já existia muito tempo.Me Recordo nesse momento da minha professora de música da creche, hoje educação infantil,da primeira oficina de música da descentralização da cultura em 1996 na comunidade, do primeiro professor de música na ordem dos Músicos do Brasil, das palavras do ministro Gilberto Gil, quando venho na comunidade.Do dia em que assinei a carteira de trabalho na Associação Comunitária do Campo da Tuca e passei a trabalhar com crianças e adolescentes em situação vulnerabilidade social,econômica e afetiva.Da primeira composição musical, do primeiro festival de musica, da viagem para São Paulo.
Toda essa minha historia quero compartilhar primeiramente com meus familiares minha Mãe em especial, e também com todas pessoas que estão aqui na entidade , trabalhando ,buscando políticas públicas para atender a comunidade e assim, dar uma vida mais digna a cidadãos de direitos ,mas que a vida não lhes tinhas dado oportunidades, de se sentirem realmente cidadão.O curso agente de cultura proporcionou a esses jovens a experiência de viver a cultura da comunidade, de desconhecê-la,desvenda-la e resignifica-lá.De mudar o conceito de cultura como apenas expressão artística. Cultura é muito mais que isso.Nos da Associação Comunitária do Campo da Tuca,entendemos que a cultura é tudo aquilo que nos alimenta e nos faz sentirmos seres humanos.Ações da entidade desde educação infantil,reciclagem,idosos,assistência social,educação,sabemos da importância do conceito cultura.As expressões artísticas são um meio de promover a cidadania neste país,mas só ela não basta,è preciso políticas de educação e emprego que dêem oportunidades e perpectivas de sucesso,pois todos queremos o sucesso.
O sucesso de vencer na vida, de ser feliz, ter uma boa casa,um bom tênis,um carro, uma moto ,ou uma bicicleta ,seja o que for.E o jovem quer ter a oportunidade de ser consumidor,de propor políticas,de decidir, de ser protagonista.Jovens que começaram o curso com auto estima baixa, hoje já se sentem capaz de enfrentar qualquer desafio, prova disso são os que estão aqui hoje.Hoje atendemos uma demanda cultural muito grande, demanda esta que exige uma qualificação cada fez maior e nos traz responsabilidades que aumentam ainda mais a cada projeto,curso ou oficina concluída.Graças a parcerias com a iniciativa privada, com poder púbico e pessoas da comunidade, voluntários ou colaboradores.Que esta entidade no qual me orgulho de trabalhar, de ter sido educada nela, está funcionando até hoje.Pois somos comprometidos com povo da comunidade, independe de partido e de governo e a todas formas de expressões culturais.
Mas devemos citar e valorizar as políticas públicas e os governos que trazem oportunidades da comunidade se desenvolver.Com o Ponto de Cultura e com os agentes que se formaram hoje.A Associação Comunitária dá um passo importantíssimo na sua belíssima trajetória de luta pelos direitos sociais.A partir de agora estes jovens irão nos ajudar a caminhar em busca da autosustentabilidade.Isso significa, oportunidade de emprego, de geração de renda,de garantia de direitos, de respeito a natureza e com o bem público.Ao estado cabe potencializar ainda mais as nossas ações.Fortalece-las e multiplica-las ,desenvolve-las em outras comunidade, e a iniciativa privada com responsabilidade será capaz de adquirir produtos culturais, que servem para gerar renda a famílias e manter programas de educação,cultura,esporte,lazer na comunidade.
Por fim, faço um agradecimento especial a todas as pessoas que lutam por uma vida mais digna ao povo pobre deste país, que através da política,do esporte,da educação e da cultura, dão exemplo de valores éticos a juventude.De respeito ao bem público.Pessoas que devem ser valorizadas cito algumas como,Eva geneci,Silvio da Descentralização da Cultura, coordenador do Cursos da Pequena casa da Criança Joel louvatto,Marivone,Janete,Karen Fernandez.da Casa Madre Giovana, Ao secretario de Juventudade do Município e a Emir e a Carla do Movimento negro Unificado.E aos jovens que estão mostrando capacidade de liderança,e aqui já dão exemplos de alegria,garra ,força e esperança de um mundo melhor, mais justo,igualitário, e com respeito as diferenças.Obrigado todos desde da cozinha até o Ponto de Cultura.Por Me fazerem feliz,de acreditarem em mim.
Ao prefeito de Porto Alegre que manteve, projetos importantes pra cidadade,como OP e da descentralização como oficinas artísticas e ao presidente Lula, que tv coragem de colocar um artista no Ministério da Cultura o ministro Gilberto Gil,a Célio Turino coordenador dos Pontos de Cultura, e que apesar do pouco recurso destinado a cultura que não chega nem a 2%, conseguiu fazer chegar na nossa comunidade, equipamentos e programas que só puderam chegar aqui, e em outras comunidades tão pobres quanto a nossa, devido a pessoas como a Leci Soares (Presidente da Associação )e o Antonio Matos(coordenador do Ponto de Cultura Campo da Tuca) companheiros de luta que estão nos ensinando a fazer política,com princípios morais,éticos e a nos sentirmos cidadão de plenos direitos.
Muito obrigado.






Discurso
Boa tarde a direção, aos educadores,funcionários e voluntários.É com imensa satisfação que gostaria de desejar a todos um feliz natal e um ano novo repleto de alegria, saúde e felicidade.Gostaria de fazer alguns agradecimentos.Em particular a todas aquelas pessoas que acreditaram nas oficina de musica e confiaram-me a responsabilidade de despertar nos jovens,crianças e adolescentes o gosto pela música.Neste momento tão especial lembro-me de algumas falas que mostram o quanto nosso educando mudaram.E o quanto a música está tendo um significado em suas vidas.Isso me deixa orgulhoso e envaidecido.Pois fui um veiculo de paz, amor, fraternidade e respeito.Valores esses que só a pratica docente é capaz de desenvolver.Lembro do jardim de infância,e das primeiras aulas de musica, lembro do primeiro coral que participai na escola,lembro da primeira oficina de musica que participei, lembro do primeiro professor de musica que tive e lembro por fim, da primeira aula que dei como professor de musicalização infantil.em 2001Todas elas,tive um educador, um mediador ou um professor.Pessoas essas que foram fundamentais na construção de minha personalidade,na minha visão de mundo e na minha identidade negra.E hoje irmãos, sou responsável de dar continuidade a esta caminhada.Que tem como objetivo,deixar as pessoas mais humanas,afetivas,carinhosas,criticas e transformadores de suas realidade.Eu estou transformando a realidade da comunidade onde mora e também daquelas comunidades onde trabalho.Aqui é uma delas.Mas também,percebo em muitos educados dos quais trabalhamos, o mesmo entusiasmo e fascino que tive e tenho pela música.Nesse sentido minha responsabilidade e principalmente das pessoas das quais opoiam a área que atuo, que é cultura,estão tendo um papel decisivo na vida desses seres humanos.Que nos tem como referencia.E isso não é uma tarefa fácil,pois estes mesmos, tinham tudo pela situação de exclusão e vulnerabilidade que se encontram, de ter como referencia pessoas que foram vitimas da sociedade e se tornaram vitimizadores. Apostar e incentivar a cultura,é ampliar as chances de sucesso, é promove-los a condição de cidadão de direitos, é elevar suas autoestima, é ensina-los a enfrentar desafios que a vida nos impõe a cada dia.È trabalho em equipe,é respeitar diferenças, ser tolerante.A cultura é uma das únicas áreas que não destrói a natureza, pois necessita dela.Nós seres humanos fazemos parte da natureza e não devemos esquecer disso.
Obrigado,amigos, companheiros por acreditar que a partir da cultura, podemos auxiliar jovens na construção de seus sonhos,projetos de vidas e de uma sociedade mais justa,solitária, fraterna e com respeito as diferenças.
Tenham todos boas festas.Muito obrigado.


Estatuto da Criança e do Adolescente.
A partir de nova carta magna de 1988, a criança e o adolescentes passaram a ter direitos sociais e prioridades nas políticas públicas, sendo concretizada em 1990 com a lei federal 8.069/90, que dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente(ECA)
Desde o momento que foram criadas normais que deram os rumos pedagógicos e sociais inúmeras críticas passarão a ser feitas ao ECA. Os conselhos tutelares foram criados com a intenção de fiscalizar e ajudar na efetivação das políticas públicas a infância e a juventude.
Com o crescente número de jovens e crianças expostos a drogadição, sendo vitimados pela falta de políticas de segurança pública e educação. Crianças e adolescentes estão sendo usados nos crimes organizados e nas vilas e favelas,servindo de mão de obra barata ao tráfico. Não obstante, nossas crianças estarem sendo usadas, os meios de comunicação e mídia tenta jogar a culpa no ECA dos problemas sociais, que há séculos não estão sendo resolvido no Brasil.
As elites, vítimas da criminalidade, tentam resolver os problemas, exigindo que os políticos formulem projetos e leis, que vão de encontro ao estatuto da criança. Argumentando que diminuindo a maioridade penal, e botando as crianças mais cedo na prisão, seria resolvido o problema da criminalidade.Ora, não precisa ser nenhum sociólogo pra saber, que as lei não está sendo cumprida por falta de investimentos na recuperação de menores infratores.Pois as FEBEM OU FASES, estão superlotas, com falta de material pedagógicos, técnicos e humanos, não podendo assim tratar os menores infratores onde os locais que deveriam reabilitar o jovem para o convívio social, acabam transformando a maioria em marginais e adultos criminosos.
Não precisa baixar a maioridade penal, e sim, exigir que os recursos que deveriam ir para educação, não fossem desviados para o pagamentos de dívidas com o FMI ou investimento em desenvolvimento tecnológico, sem antes resolver os problemas sociais. Por fim,as elites deveriam engajar-se na efetivação do ECA que o resultado seria, diminuição da criminalidade entre crianças e adolescentes, pois teriam um estado acolhedor, fraterno e igualitário, dando oportunidade de recuperação as vitimas da sociedade e do estado brasileiro..

Estrela do mar

A maior emoção da minha vida foi na festa de formatura do curso Normal Magistério no Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama.Passei oito anos de minha vida nessa escola.
Nesta escola fiz o ensino médio, e como muitos garotos da minha turma, naquela época minhas atenções estavam voltadas para as meninas,festas e Grêmio Estudantil.Mas apesar disso, minhas notas eram boas, e consegui concluir o ensino fundamental.
Mas faltava alguma coisa.Eu tinha passado 3 anos e não consegui realizar a festa de formatura.Esforcei-me, juntei latinha fiz festas de Grêmio Estudantil e no final, não houve a tal formatura.Minha frustração foi muito grande, pois naquela época eu queria mostrar para os meus pais, que tinha valido a pena o investimento deles.Fiquei um ano fora da escola e voltei em 2001.
Logo no Curso Normal, que tantas e tantas vezes, participei em gincanas e conheci pessoas maravilhosas.Não tinha escola este curso, pois existia uma idéia de que só mulheres faziam o curso.Mas resolvi enfrentar o desafio.Foi a melhor coisa que fiz na minha vida.Nos quatro anos de curso,vivi momentos bons e ruins.principalmente no retorno a presidência do Grêmio. Enfrentei duas eleições de direção e três de Grêmio.Terminar o curso em meio a tantas dificuldades não foi fácil.Resolvi então me desligar da política estudantil e dedicar ao magistério por inteiro.
Assim, pode ser observador e critico.Minha fase de luta direta foi se acalmando.Fui retomando novas amizades,conhecendo melhor as pessoas,ouvindo mais e falando menos.Os meus dois últimos anos na escola foram desta forma.
Após concluir o estágio, chegou a hora de organizar a formatura.Decidi não me envolver diretamente e apenas auxiliar.Recebi meus convites e a cada dia minha emoção e expectativa aumentavam .Até que o tão sonhado dia tinha chegado.
No trabalho , convidei um menino que se parecia muito comigo, não só por ser negro como eu,mas sim, pelo gosto pela música,interesse, vontade de aprender e ensinar.Sua mãe passava as mesmas dificuldades que a minha,seu pai estava preso.Convidei James ,mais jamais imaginei que o mesmo fosse.
Após o meu pronunciamento, falei para diretora na qual tinha tantas vezes brigado, que agora estávamos jogando no mesmo time.Agradeci a todos os amigos,parentes que estavam presentes,no entanto eu não sabia que a emoção maior estava por vir.
Quando estávamos sendo conduzidos pela paraninfa ao pátio da Academia de Policia Militar ao som da música de Gonzaguinha O que é, o que é?, surgi do meio da platéia James com o rosto cheio de lagrimas, emocionado com a minha formatura.Foi o momento mais emocionante da minha vida.Naquela noite percebi que realmente eu era um professor e educador.
“ Um homem que estava sentado na praia observava um rapaz que devolvia ao mar todas as estrelas do mar que encontrava.O homem não agüentou e perguntou:
- Porque você devolve as estrelas do mar se elas irão voltar todas novamente.
O rapaz olhou e respondeu:
- Pra muitas pode ser que não faça diferença, mas pra alguma vai.”
Foi exatamente o que senti com James.Pra muitas pessoas a minha formatura não significava nada, mas para o James sim.
Porto Alegre,12 de setembro de 2005.
Isso é fantástico
No dia 15 de agosto de 2004, a revista eletrônica, com Gloria Maria e Pedro Bial. Destacaram nas reportagens principais do programa os seguintes assuntos:
1)Divisão social do trabalho,
2) pequenos delitos,
3) adolescência
4)e disque denúncia.
O que tinha de comum em todas essas reportagens?quais as conseqüências das mesmas.
Na primeira mostrava duas pessoas que trabalhavam de garis na cidade do Rio de Janeiro e destacavam, que as pessoas não reconheciam os garis sem os uniformes. Fizeram o mesmo com dois artistas e sentiram as mesmas emoções e desprezos por parte das pessoas nas ruas.
A segunda reportagem, destacava os pequenos delitos cometidos por cidadão sem antecedentes criminais. Foi citado um homem que roubou um pedaço de lingüiça de uma loja e outro que roubou uma bicicleta.Ambos estão presos e esperando julgamento, podendo pegar de 2 a 6 anos de prisão.
No terceiro, a nova série de reportagem que tratava sobre adolescência.E mostrava um menino que vivia no morro jogando pipa e tinha uma Avó de 114 anos. O menino era indagado quais as qualificações que tinha para procurar um emprego. Chegando a conclusão que não era um adolescente com qualificação para trabalhar em uma empresa.
Por ultimo, o disque denúncia, onde a reportagem mostrava um homem que foi morto, mesmo após a família ter pago o regate.
Mas o que tinha semelhante em todas essas reportagens, era o fato de 90% serem da raça negra. Repare que todas as reportagens tratavam de temas relacionados ao crime e ao emprego.
Na divisão social do trabalho após fim da escravidão e com a revolução tecnológica, ao negro ficaram destinados os trabalho braçal e conseqüentemente, não precisando de qualificação e estudos, bastando apenas saber ler e escrever.A conseqüência disso, foi o aumento da criminalidade.Onde sem emprego e sem dinheiro acabou gerando: negros na criminalidade, sem trabalho, sem educação e tendo que buscar outras fontes de sobrevivência. O trabalho dignifica o homem e quando lhe falta, procura maneiras de se sentir digno.Nesse sentido, o mais atrativo é o tráfico e a criminalidade.
Na verdade, isso não é fantástico.Pois há muito tempo isso vem acontecendo no Brasil. Fantástico seria, mostrar o negro na política, nas repartições públicas, nos projetos desenvolvidos no resgate a identidade e histórica do povo africano, nos projetos educacionais em escolas, o negro na universidade, entre outras.
Indiretamente, cada vez que é feita uma reportagem deste tipo, reforça mais a imagem negativa do negro, pois está sempre relacionado com algo ruim para sociedade. É preciso destacar, as ações afirmativas que estão sendo desenvolvidas em todo o Brasil pela comunidade negro e pelo movimento negro.Isso sim, seria fantástico.

Lei da vadiagem de 1890
Passado dois anos do fim oficial do regime escravocrata no Brasil. Dois anos depois, pois promulgada pelo assembléia legislativa a seguinte lei:
Praticar capoeira e vadiagem e crime. A pena era de dois a três meses ou nove em caso de pertencer a alguma malta.
Está lei confirma a tese de que a abolição da escravidão não foi no sentido de dar ao negro a liberdade, mas se, de exclui-lo do mundo do trabalho que seria aberto às comunidades de origem e européia. Pois o intuito era tirar a imagem que o Brasil era um país de negro e conseqüentemente, incapaz e inferior.tudo isso baseado em teorias da inferioridade das raças.
Nenhuma política de inclusão,de pagamento de dívidas, entregas de terras entre outras medidas foram tomadas pelo governo brasileiro , nem naquela época e nem hoje.
Persiste que o negro, quando é visto nas esquinas, jogando capoeira, participando de uma roda de pagode, de uma conversa com amigos e até mesmo quando participa do tráfico é considerado vadio, preguiçoso, sem vontade de trabalhar, incapaz e maloqueiro. Na verdade, o que acontece é inexiste no Brasil uma política de emprego e renda que atenda comunidade negra, para que não seja mais vítima das mazelas da sociedade e do sistema capitalista.
Sem emprego, sem terra o negro, naquele momento tinha apenas a capoeira como atividade que rendia renda. Pois muitos dos políticos contratavam para fazer a segurança ou ameaçar adversários políticos. Recebem apenas o sustento não podendo ser capaz de amancipar-se definitivamente.
Não é preciso olhar para o passado. O grande problema social do Brasil é o emprego, e se não há políticas de geração de emprego e renda, a única alternativa para elites é criar mais cadeias, baixar a maioridade penal e botar os vadios (negros), que são os que mais sofrem com o desemprego atrás das grades.
Por fim, podemos entender por que os negros são os primeiros nas estatísticas de sem emprego, sem assistência, sem trabalho, sem dinheiro, sem saúde, sem habitação e em maior número nas prisões, penitenciárias,FEBEMs ou FASEs. O que a sociedade e o estado está fazendo é mais uma vez jogar a comunidade negra á margem da sociedade, estigmatizado e sentindo na pele os efeitos das desigualdade sociais e da distribuição de renda no Brasil.
Minha namorada é branca
Se relacionar com alguém nos dias de hoje, não é tarefa muito fácil. Os meios de comunicação a todo o momento ditam modas, costumes que de alguma forma acabamos incorporando no dia-a-dia, principalmente o consumismo.Ficar sem compromisso, ter relacionamentos sexuais com várias pessoas, casar e se divorciar independente de ser homem ou mulher, dificulta cada vez mais as relações interpessoais. Casar requer reconhecer no outro a diferenças de crenças, valores e costumes.
Antigamente era comum casal da mesma etnia se casar.Branco com branca, negro com negra, índio com índio , mestiço com mestiço e entre outros.Não era comum vermos na televisão um negro com uma branca ou vice- versa.Com as dificuldades econômicas e com êxodo rural, pessoas de origens européias passaram a buscar emprego nas cidades. Muitos acabaram deslocando-se para periferias ou favelas.
Povos de culturas, costumes e valores passaram a usufruir os mesmos espaços.Houve então os primeiros conflitos e relações amorosas de pessoas de etnias diferentes.
Os conflitos se acentuam, quando ha diferenças de classes entre ambos.Numa sociedade marcada pelo individualismo, acabamos pensando apenas nos nossos valores e esquecemos que o outro também tem os seus. Culturas diferentes quando não há dominação de nenhuma das partes, a tendência é surgir uma cultura rica, mas quando ha dominação e transplantação cultura os conflitos são inevitáveis.
Assim foi com minha namorada branca, seus valores entraram em choque com os meus.Sua cultura, a todo instante tentava dominar a minha, seu preconceito se acentuava cada vez mais.Sujeitava-me a negar a minha cultura para não haver um choque entre os seus valores e os meus. Mas quando ocorreu a revolta e a vontade de libertação foi inevitável, pois tínhamos perdido o respeito, eu pela sua cultura e ela pela minha.
Meu caso, mostra bem o quando a relação de pessoas de diferentes costumes e valores, por mais bem informadas que possam parecer, podem acabar terminando o relacionamos por negar a cultura do outro e querer impor a sua própria cultura.
Reconhecer o direito do outro, sem preconceito não é tarefa fácil, pois não aprendemos a aprender a viver com pessoas diferentes e respeitar as sua opiniões, seus valores, seus costumes e suas crenças, quando são diferentes da nossa.
Com certeza a partir do momento em que as diferenças não forem motivos de separação, teremos casais felizes e cultura de dominação não terá mais espaço na sociedade.
Minha primeira entrevista no jornal
A auto-estima e valorização do negro é algo que deve ser uma prática em escolas tanto públicas quanto privadas,pois o processo história da comunidade negro no Brasil, é marcado por profundas desigualdades sociais e econômicas.Mas o que as elites não conseguiram destruir, foi à cultura Negra.Por mais que tentassem impor a cultura européia e católica, nossos costumes e tradições poderem sobreviver, não perdendo as características da matriz Africana.
Falo isso, pois minha primeira entrevista a um jornal, foi com o objetivo de descobrir, de que forma a cultura interfere na vida das pessoas.Em meio as perguntas minha preocupação era de ser verdadeiro nas minhas posições e opiniões sem medo.Quando chegou o tão esperado momento, percebi nos olhos da entrevistadora que a minha história realmente tinha tudo a ver com a reportagem.Várias perguntas me foram feitas tais como: as influencias, o papel da escola,a minha opinião sobre a questão negra e a importância da cultura em minha vida.
Quando acordei as 7:00 da manhã, tinha a sensação que aquela entrevista era o momento de afirmação da minha identidade e do meu reconhecimento como negro.Fui trabalhar e ao contar para os amigos ninguém acreditava, ou achavam, que era ilusão da minha cabeça, alguns brincando me perguntaram o que eu tinha aprontado.Nesse momento, percebi que eu estava quebrando uma lógica, que negro quando dá entrevista é sobre algum crime ou algo de errado que tenha cometido.
Quanto mais se aproximava do momento da entrevista, mais nervoso eu ficava.Eu estava trabalhando na Pequena Casa da Criança, quando fui avisado que a reportagem já estava a minha espera.Neste instante, meu coração bateu mais forte, larguei o que estava fazendo e comuniquei ao coordenador que tinha chegado há minha hora e que já estava de saída.Quando entrei no carro e fui apresentado à entrevistadora, que não me recordo o nome, fui sentido que um o medo de não acontecer a entrevista havia passado.Com o violão do meu lado, como uma espécie de companheiro, fui tocando baixinho, pensando: será que vou me expressar corretamente e responder a todas perguntas com clareza, pois no curso normal isso é muito cobrado pelos professores.Quando descemos do carro e chegamos na Associação, todas crianças me receberam muito bem, conversei com antigos colegas rapidamente e todos demonstravam estar feliz com a minha presença. Minutos depois, começamos a entrevista.A primeira a responder as questões foi a Presidente da Associação Leci Soares Matos.Logo em seguida, fui eu.
Respondi todas aquelas perguntas de forma madura , pois mostrei que tinha o conhecimento e quebrei a lógica na qual, a sociedade e as elites buscam nos impor a sua dominação, na destruição principalmente da auto-estima,quando não reconhecem os direitos e nem reparam os danos causados pelo processo de escravidão na qual nossos antepassados sofreram e sofremos a conseqüência disso até hoje.
Fui convidado por duas razões;
A primeira,era que fiz parte da história da Associação Comunitária do Campo da Tuca,como educando na Educação Infantil até me tornar educador,e por continuar desenvolvendo trabalhos na área social, educacional e cultural, mesmo após a saída da associação.
A entrevista me fez relembrar da minha primeira professora de música no jardim de infância e que teve participação na minha formação como músico. Lembrar das primeiras cantigas de roda, e das influências do meu pai como compositor.Da primeira vez que entrei em um estúdio, do teste até receber a carteirinha profissional da Ordem dos Músicos , do primeiro coral que participei,do Projeto negro Zumbi, que realizei com crianças e adolescente no meu ultimo ano como funcionário da associação.
Em meio aos relatos, fui me conscientizando que apesar das dificuldades e dos obstáculos que tive na vida, consegui através da música, ultrapassa-los .A importância da minha mãe na minha formação como pessoa, daquilo que aprendi na escola,dos educandos,dos amigos e amizades que fiz,enfim, de todas as pessoas que me auxiliaram a ser uma referencia para uma comunidade que sofre tanto com a discriminação,preconceito e estigmas sociais.Relatar a minha história de via, foi um momento muito importante, pois estava acostumado ver a cara negra nas páginas policiais. E fazer uma entrevista para falar de cultura foi muito positivo para mim.
Ao final da entrevista, fui tirar algumas fotos com crianças da Educação infantil e para minha surpresa,todos sabiam cantar e lembravam direitinhos dos gestos.Isso ratificou a importância da cultura na vida das pessoas e quando a mesma é fundamental desde muito cedo, pois possibilita transmissão de valores culturais que são tão importantes na formação da personalidade e da identidade do ser humano.Procurei deixar bem claro, que somente a cultura é capaz de tirar das ruas e das drogas principalmente,crianças e adolescentes.Fazer a rodinha no pátio da escola e cantar me fez recordar da minha infância.
Dei até logo, para entrevistadora e para os demais funcionários e sai com a certeza de ter realmente cumprido o meu papel, de educador e educando, e consciente de que minha história será referência para muitos negro do Brasil.
O que é cultura?
Certo dia eu estava no telecentro do Campo da Tuca. Conversávamos,eu,tio Antonio e Diego sobre cultura.Tio Antonio falou sobre uma conversa que teve com um cineasta sobre cultura. O mesmo considerava que cultura era tudo. Tio Antonio rebateu e perguntou?
-Então nazismo é cultura?
E o cineasta disse:
-sim.
Depois disso, fui conversando com Antonio e Diego, mas aquele momento da conversa não me saia da cabeça.Fiquei pensando:
Se eu entendo que cultura é tudo, logo o nazismo também é cultura.
Mas quais são os limites da cultura?Se a cultura não destrói o homem,nem a natureza,nem os animais Como explicar as guerras,o nazismo,o fascismo,xenofobia, entre tantas mazelas da sociedade desde do longo da sua história.Pois só homem é capaz de produzir cultura.Já os animais agem por instinto.
Seminários, encontros, fóruns todos falam da cultura da paz, da cultura da guerra. A cultura que era algo positivo, pois era a intervenção do homem na natureza e no meio ambiente.Algo extremamente importante para evolução da humanidade.Atualmente está sendo banalizada e distorcida seu real significado.Cultura tem que estar relacionado a algo bom para humanidade.Tudo que possa prejudicar o homem e sua evolução não pode ser considerado cultura.
Claro que vivemos em um mundo globalizado e as vezes nos chocamos com a cultura de outros povos.Mas são culturas que não prejudicam o homem como um todo.Já o nazismo prejudicou todos aqueles que não eram da “raça ariana”, negros, homossexuais, judeus,deficientes físicos. Isso prejudicou toda a humanidade e até hoje, muitos sofrem de preconceitos e esteriótipos fruto daquele momento da historia.
O mesmo pode se falar das guerras no oriente médio.Não podemos falar que á uma cultura de guerra, pois prejudica toda a humanidade. Indiretamente, homens e mulheres de descendência oriental são impedidos de entrar em determinados paises,pois são suspeitos de terrorismos.O mesmo das altas dos preços e do petróleo, que prejudica e altera a vida de milhares de pessoas.Ou então , dos milhares de soldados e vitimas da guerra;como crianças, adolescentes,mulheres,jovens e idosos.
Concordo com o cineasta que cultura é tudo,menos aquilo que prejudica o homem e a humanidade.Concordo sim, com tio Antonio,pois o nazismo não é cultura.O capitalismo não é uma cultura.
Cultura para mim,esta relacionado a algo bom, prazeroso,que proporciona felicidade.Não consigo compreender cultura como a algo negativo.Novas palavras são criadas todos os dias
Devemos criar uma nova palavra que acompanhe a guerra,poderia ser; pá de guerra em vez de cultura de guerra,nino nazista em vez de cultura nazista e assim por diante.
Tudo que fosse relacionado a algo ruim deveria ser chamado de qualquer coisa, menos de cultura.Pois todos nós humanos temos uma cultura que nos identifica e diz quem somos, o que fazemos,o que sonhamos,o que pensamos e o que sentimos.
O acontecimento mais importante da humanidade foi a cultura, linguagem, os costumes, as lendas, as tradições.E não a guerra, pois a mesma foi uma conseqüência de luta pelo poder dos bens materiais.Mas a maior riqueza foi os bens imateriais, ou seja, os bem culturais e simbólicos transmitidos por povos diferentes.
















































Necessidades especiais
O portador de necessidades especial tem o direito de receber atendimento em escolas especializadas.Mas até que ponto isso é bom?
A discussão central que está sendo feita na sociedade é o seguinte. Quem é especial? Quem tem alguma dificuldade física ou quem é considerado anormal e que não entra nos padrões comuns, se destacando dos demais?
A impressão no inicio do filme, era que as pessoas com necessidades especiais deveriam ser atendidas em instituições especializadas, mas durante o filme, percebe-se claramente que a criança não estava feliz, pois queria brincar, divertir-se com os amigos e ser tratada como uma pessoa normal.
Será que estas crianças ou adolescentes com suas capacidades especiais não teriam muito mais a contribuir nas redes regulares de ensino?
Porém, seria fundamental uma mudança de mentalidade e de concepções dos professores.
Percebi no filme que a professora não estava preparada para trabalhar com essa dificuldade. A conseqüência foi que a criança sentiu-se isolada do restante da turma. Formar professores na rede regular de ensino é um desafio, pois se o estado continuar criando instituições especializadas, estará contribuindo ainda mais para separar estas crianças da sociedade, negando –lhes o direito de participar da vida comunitária, tornando comum ve-las entrando em lugares públicos, participando da política, sendo protagonistas das principais mudanças da sociedade.
Entendo e acredito que mudar a relação das pessoas ditas normais com os portadores de necessidades especiais, assumir o preconceito e reconhecendo que o mesmo só contribui para deixar a sociedade e o mundo mais desigual, é tarefa todos. A felicidade da criança está no convívio social com outras crianças.
Discriminação no funcionalismo público
A participação negra nas repartições públicas é muito pequena. Mesmo passando por todos os processos para ingressar no funcionalismo o negro continua sendo discriminado e vitima de preconceito.
Conversando com um amigo funcionário público e negro, relatou-me o seguinte:
- Um dia um colega de serviço foi passar o café. Todos da repartição fazem o café todo o dia, mas naquele o meu colega negro que o fez .Todos se recusaram a tomar e no dia seguinte colocaram na porta, próxima a cafeteira, que somente fulana de tal podia fazer o café.
E continuou a contar-me:
-Fui e relatei a chefia , mas ela disse que nem ela tomaria o café feito pelo meu colega.
As argumentações dela não me convencerão. Claro que era preconceito pelo fato dele ser bem mais negro que eu.
O relato acima,mostra bem o quanto o preconceito tem que ser combatido, principalmente nas repartições públicas.Por lei, os órgãos públicos têm que desenvolver meios para conscientizar seus funcionários sobre discriminação e o preconceito.
Dois pontos devem ser analisados no caso acima:
1) a discriminação e o preconceito se dão de forma indireta: mesmo não ofendendo o preconceito por motivos raciais ficou evidente.pois ninguém queria tomar o café feito pelo negro.
2) É comum naquela repartição, todos os funcionários tomarem o café feito por outras pessoas: isso já confirma a discriminação, pois só o dá vítima não queriam tomar.
3) Mesmo reclamando para a chefia nenhuma providencia foi tomada como forma de punição aos que deixaram a mensagem.
Apenas os três itens acima seriam suficientes para constatar o crime de preconceito e discriminação racial seguido de danos morais.
A principal dificuldade nesse caso é encontrar pessoas que queiram colocar alguma promoção em jogo, para depor a favor da vitima. Neste sentido mais uma vez esse crime será tratado pelos funcionários como algo comum e a vitima não fará mais café com medo de represálias. O mesmo terá sua auto estima prejudicada,pois a sua cor não lhe permitiu fazer o mesmo que todos fazem.
É impossível acreditar que este fato pudesse ter acontecido em Porto Alegre em um local público. Se acontece num lugar que deveria preservar o respeito e diversidades étnica, imagine o que não acontece nos outros espaços da sociedade.
O professor e o aluno
O estagio de 100 dias é obrigatório para qualquer aluno que queira ingressar no magistério e receber a certificação de professor de séries iniciais modalidade normal.
De março a julho de 2005, vivi a experiência mais enriquecedora da minha vida até o momento.Pois pude conhecer de perto a discriminação,o preconceito,a falta de políticas públicas consistentes na área de educação e assistência social,a qualificação profissional,a diversidade em sala de aula e principalmente o ensino conteudista.
A maior dificuldade de ser um negro professor,foi o de não me identificar com muitos de meus alunos.Crianças que mal tinham lápis e borracha,que viviam em condições precárias,que o único momento de dignidade e entusiasmo era em sala de aula.Conseguir o respeito foi uma tarefa muito difícil.
Naqueles meses foram muitos os conflitos,as ofensas,mas que pouco a pouco, foram sendo trocadas por outras atitudes.
Eram muitos os anseios e frustrações a minha responsabilidade como educador e agora professor era muito grande.Além da pressão natural de ser um estagiário.Tive que enfrentar desafio emocional de não me comover com as histórias da turma.Algumas crianças e adolescentes não tinham pai, quando tinham,estes estavam presos.Neste sentido, a figura de um professor homem,poderia representar medo,repulsa,ódio,sofrimento e dor,ou então,admiração,respeito,estima,carinho...
Os meses foram passando e um menino chamava a minha atenção.Ele era o mais brigão da turma.Não fazia as atividades proposta.Comecei juntamente com a direção a conversar com pais e descobrimos o motivo.A mãe estava presa, o pai era usuário de drogas,a avó não conseguia dar conta de cuidar do menino que já era adolescente.Além disso,o seu irmão era tido como o mais inteligente. Pra agravar a situação o menino era repetente.
Era muitas as razões pra ser agressivo.Porém tive sorte de ser um professor músico. Utilizei a musica como minha principal ferramenta.No começo,resisti de usa-la como professor,mas por ironia do destino,aquela turma mais que qualquer outra necessitava melhorar relacionamento.
Peguei musicas de pagode,funk,forró e samba, e utilizei-as nas aulas de Língua Portuguesa,Educação física,Artes e Estudos Sociais.Aos poucos aquele menino e melhorando o seu relacionamento com o grupo,participando principalmente da aula de Música.Nas apresentações se interessou pelo cavaquinho.Fui percebendo uma mudança significativa nas atitudes dele.Claro que não foram suficientes para melhor a sua vida e faze-lo superar os seus traumas.Várias foram as brigas,os conflitos dele comigo.Algumas vezes, eu mesmo não sabia se quem falava era o professor,o educar,o pai ou amigo.
Eu sabia que era pouco o tempo, para fazer transformações profundas no coração e na mente daquele adolescente.Por várias vezes me perguntei: O que fazer?Como ajuda-los?Será que conseguirei concluir meu curso?
Na festa de encerramento, aquele menino não brigou com ninguém,não quis comer cachorro quente,e no meu adeus a turma, me ouvia e prestava atenção nas minhas palavras.Na hora da despedida apertou a minha mão.Aquele gesto, valeu os quatro meses de estágio.Talvez aquele menino não passe de ano,possa ser que no futuro siga o caminho do pai ou da mãe,mas também pode ser que siga o exemplo e lembre das palavras de seu professor.
Só fato de ter sido alguém,que disse as verdades,que procurou ajuda-lo em todos os momentos e que assumiu os seus erros, tenha significado algo na vida daquele adolescente.Mas isso só tempo dirá.

Nome é identidade
Nos dias atuais o racismo é considerado crime e discriminação de gênero, sexo e raça o mesmo.Mas como reagir ao racismo cultural?
Chamo isso a toda pratica discriminatória e preconceituosa que aprendemos na escola, na família e na sociedade.
Como por exemplo, punir um amigo intimo de lhe chamar de negrão.È muito fácil observar essas expressões na sociedade. Chamar uma pessoa de negrão e outras palavras pejorativas se tornou um hábito.
Certo dia, indo em direção ao trabalho, um rapaz do outro lado rua gritou:
-Ai negão falou com o cara?
Eu sem nem conhecer o rapaz, olhei para o outro lado da rua achando que era comigo. E não era.
Fui subindo o morro e me dando conta, que não é comum homem negro chamar uma pessoa da raça branca desta forma,mas sim chamar pelo nome. Fui me perguntado por que atendi ao chamado, se meu nome é Pedro?Quando eu estava perto do trabalho, um senhor chamou um rapaz:
-O negão, para ai que eu preciso falar contigo!
Chamar a pessoa de negrão pode ser considerado crime. Preconceito e discriminação,mas contextualizada.E fora do contexto, não é crime? Se a pessoa se sentisse humilhada, pois não está sendo chamado pelo nome? Se não fosse assim, todos os negros se chamariam de negrão e não haveria razão de nome e sobre nome.
Me parece, que isso é algo que vem desde o período escravocrata. Pois nela época, o negro era considerado uma coisa. Não interessando o seu nome. Porque todos os negros que vinham da áfrica eram escravos, logo todos os escravos eram negros.Então para não se chamar pelo nome, resolveram, chamar todos de negrão.
Vejo que o problema não é chamar a pessoa de negrão,pois ser da ser negro ou negra é motivo de orgulho, pelo fato de ser os mesmos responsáveis pelo desenvolvimento desse país.Mas em negar a identidade da pessoa. Como se todos os negro fossem iguais.Isso sim é um problema.
A raça foi criada para separar grupos culturalmente diferentes, e utilizada para manter um grupo dominando outro. O termo raça surgiu dessa vontade de dominar para justificar as desigualdades.
Contudo é fundamental começarmos a reagir, pois senão estaremos reforçando mais ainda a dominação de um grupo sobre outro,por essa razão é importante a cada dia refletirmos e aprendermos a não negar a identidade de cada um ,independente de raça, religião e sexo.
O audiovisual
Ultimamente estamos assistindo nos programas de televisão e nos cinemas, a participação dos afrosdescentes aumentar.Isso merece uma analise a respeito da forma que atua o negro e quais os papeis que estes atores apresentam.
Era comum olhar na televisão e ainda é mulheres negras como empregadas domesticas, que sempre caiam nas “garras dos padrões”, ou então, o negro como assaltante ou assassino, roubando bolsas e carros.
Tudo isso mostrava ao negro qual o seu papel na sociedade, dificilmente víamos um negro ser protagonistas de alguma novela ou filme.
O audiovisual é meio pelo qual uma sociedade pode se ver e afirmar-se.No Brasil a maioria da população é negra, além disso, é o segundo pais do mundo com maior número de negros.Percebe-se claramente, que a intenção das elites nunca foi dar espaço de destaque para o negro. A intenção era de mostrar que lugar de negro é na cozinha, na senzala,na favela,no futebol..Assim manteria a sociedade como esta,impedindo o negro de subir na pirâmide social.
Graças à capacidade de organização dos movimentos sociais este quadro está mudando. Grupos de atores negros estão sendo criados e assim exigindo papeis que ponham fim nos esteriótipos e ideologias criadas para impedir o acesso dos negros aos bens culturais e econômicos.Mas além de atores negros e preciso incentivar espaços para diretores,roteiristas e escritores,pois de nada adianta aumentar o número de atores se as tramas forem cheias de preconceitos e discriminações. É preciso um novo olhar,este é o próprio negro pode dar.
Para isso é fundamental política pública que garantam acesso e formação aos produtores,autores,atores e atrizes negros, para que a sociedade possa ver o valor e a contribuição histórica que o negro deu e vendo dando para formação da identidade do nosso país.Pois a imagem do Brasil passa pelo audiovisual, e a imagem que o mesmo tem mostrado não contribui para elevar a auto estima da comunidade negra, principalmente, daqueles que desconhecem a verdadeira história do negro e que estão marginalizados,sem emprego,sem perspectiva de melhorias na qualidade de vida. Estas são as primeiras vitimas de um audiovisual que não valoriza e sim,ridiculariza o negro e também a sua própria sociedade.
Participação é tão pequena, que às vezes temos a impressão , que a maioria da população não é negra.isso comprova que não existe a tal democracia racial,pois se ela existisse, deveria haver no mínimo um equilíbrio entre atores negros e brancos, sem falar nos papéis principais.
A sociedade precisa de um audiovisual que contemple sem preconceitos e esteriótipos toda a diversidade cultural do povo brasileiro.A intervenção do estado, com leis e políticas públicas será fundamental na democratização do audiovisual,para que todos os agentes e sujeitos sociais possam se enxergar e afirmar a sua identidade através das telas da televisão e do cinema.
O pressuposto do negro
No Brasil a discriminação e o preconceito são velados, isso todo mundo sabe ou finge que não sabe.Mas a algo que chama atenção quanto a participação do negro na sociedade. Pressupõe-se, que o negro seja bom; nas relações sexuais, no esporte ou no samba e pagode. Essas concepções mostram, o quanto aos negros no Brasil ficou destinado o trabalho braçal e não o intelectual.
O problema central não é o negro ser bom nas áreas citadas acima, mas sim, destinar apenas esses espaços de ascensão social.
Via de regra, sempre que um negro chega na universidade ou faz parte da política e visto como se fosse uma exceção,e ao mesmo tempo, tirado como exemplo da democracia racial.
Isso busca velar ainda mais o caráter individualista e excludente da sociedade capitalista.
O negro que ascende em outras áreas pelo fato de desconhecer verdadeira história do seu povo, acaba ratificando o discurso das elitista sem saber. Se soubessem que as elites no Brasil, preferem não assumir o racismo e danos causados a comunidade negra, e através do mito da democracia racial buscam não reparar danos de séculos de escravidão e agora de falta de emprego e condições sub-humanas nas vilas, morros ou favelas.pois argumentam que todos são iguais em diretos e obrigações perante a lei
Na pratica esse discurso e falso, pois desde a constituição de 1988 o movimento negro já percebe e se pergunta: por que não sabe da sua história? Por que não existem médicos negros Por que são poucos os negros nas universidades? Por que aparecemos rapidamente nos programas de televisão? Por que aparecemos mais nas paginas policiais do que nas sociais?
Todas essas e muitas outras perguntas são pressupostos positivos de uma conscientização na qual muitos membros da comunidade negra,estão tentando despertar na sociedade
Se somos destaque no futebol e no samba principalmente,´é a sociedade que não está dando oportunidade para os negros e negras desenvolver suas potencialidades em outras áreas como: política, direito, medicina e outras tantas.
Isso tem que mudar. Todos os seres humanos têm as mesmas capacidades de aprender e se desenvolver como cidadão e auxiliar na construção de um mundo melhor.
A comunidade negra ajudou com suor e abaixo de chicotadas construir esse pais e hora de ampliar a participação do negro na sociedade com vista a acabar com discriminação e o preconceito.
Negro Presidente
Após o período da ditadura militar a lei de grêmio livre de 1988, garantia aos Grêmios Estudantis autonomia nas suas decisões.Eleições diretas, com estatutos aprovados em assembléias.Depois disso, vieram leis estaduais e municipais de Grêmios estudantis.Assim como, novas categorias de representação estudantil surgiram.
E passados 13 anos após a regulamentação desta lê, fui o primeiro Negro eleito como presidente do Grêmio Estudantil Paulo da Gama.Fizemos naquela gestão diversas atividades de integração com os alunos.Aproximamos os alunos do magistério em atividades prático com o currículo,fizemos um planejamento das atividades que iriam acontecer durante o ano,nos reuníamos sempre com a direção, no sentido de dialogar e procurar soluções para os problemas da escola.Tudo funcionava muito bem.Havia alegria da direção do Grêmio Estudantil em trabalhar.Até que venho as eleições para direção da escola.
Naquele momento, tínhamos o apoio da direção da escola.A mesma que nos ajudou na eleição.Um professor ficou responsável de montar a chapa na qual fiz parte e vencemos .Todos queriam que eu como vice-presidente apoiasse a candidatura da diretora do curso Normal,que representava a atual direção na época.Do outro lado na oposição, duas candidatas uma supervisora do curso normal e a outra representando o ensino fundamental.
A Minha consciência ,me dizia que eu deveria ficar neutro e não apoiar nenhuma das partes.No primeiro debate das candidatas ficou claro quem eu deveria apoiar.Todos citavam nas suas plataformas o Grêmio estudantil, pois sabiam da sua importância.Mas a proposta mais clara e direta, foi da candidata da situação.Parecia que era muito clara a vitória dela, até que começou um movimento de reação logo no segundo debate.As outras candidatas se articularam e apoiaram a candidatura da professora do ensino fundamental.
Enquanto isso, eu ficava no dilema, de quem apoiar, se apoiasse a candidata da situação ele perdesse, teria imensas dificuldades.Comecei então a ler ao livro de Paulo freire. Num dos capítulos ele dizia que a educação não era neutra.Fiz justamente o contrario do que o mestre dizia, em vez de me posicionar, fiquei “em cima do muro”.Qual o resultado, derrota da atual gestão.A a partir daí., alguns me culpavam pela derrota.Mas fiz o que meu coração mandava.Logo após a eleição de diretor, no ano seguinte venho a do grêmio estudantil.
Eu tinha a consciência que pelo trabalho que tínhamos feito ganharíamos tranqüilo.Fui eleito depois de vice-presidente no ano anterior.Agora era presidente de um dos maiores Grêmios Estudantis da zona leste.Minha responsabilidade era ainda maior.Pois teria que administrar o Grêmio com algum que não tinha muita afinidade.
Fiz o maior esforço, para dialogar, conversar,mostrar a caminhada do Grêmio, as propostas que tínhamos,e que iríamos apoiar e auxiliar as decisões.Promovemos festa e convidamos a diretora,fizemos um torneio de futebol e a convidamos para entregar as medalhas.Até que chegou a festa junina.Tivemos inúmeras dificuldades para realizar a festa mais a fizemos, e percebi que a diretora não tinha boa vontade em nos ajudar com alguns alimentos.A festa só teve sucesso por causa dos educandos que ajudaram na doação de alimentos e participaram da gincana.
Então começaram os conflitos, o lucro da festa só deu para pagar as despesas, e sabíamos que não houve empenho da direção em nos ajudar.começou a partir daí a primeira “luta de classes” dentro do Paulo da Gama.Comecei a ler livros sindicalistas, e várias idéias de representação e autonomia começaram a surgir.Procurei me informar, e decidi mudar o estatuto do grêmio,pois o mesmo nos limitava as decisões da direção.Começamos a discutir em fóruns e reuniões com lideres de turmas os reais problemas da escola.Para minha surpresa, muitas das preocupações eu não tinha me dado conta como: falta de professores, professores autoritários e desrespeitosos,falta de materiais esportivos. Uma série de problemas que eu nunca tinha discutido com a juventude da escola.Pois minha preocupação nos ano anterior era proporcionar lazer e cultura.Deixei de lado a conscientização.Mas vi naqueles fóruns que existia pessoas que acreditavam em mim e tinham esperança que eu podia mudar aquela situação.Foi justamente o que fiz.
Comecei a discutir com os diferentes níveis de ensino dentro da escola e a buscar apoio para aprovação do estatuto.Fizemos a ultima reunião e marcamos a assembléia geral.Comuniquei a professora e diretora que os prazos tinha sido respeitado e que era da vontade de todos fazer a assembléia.Coloquei o edital de convocação de acordo com o estatuto que tinha e que regulamentava o grêmio.Quando para minha surpresa fui chamado a sala da diretora.
A diretora,a vice, a secretária geral,a tesoureira e uma professora minha do ensino médioi.Nunca tinha visto uma reunião com tantas autoridades, desde que assume o grêmio.Me chamaram de revolucionário, que no Paulo da Gama as coisas eram diferentes, que eu não poderia fazer nada sem a autorização da escola,mostraram-me o regimento interno e do conselho escolar.Como me recusei a argumentar os motivos que me levaram a fazer aquilo, preferi não falar.Em menos de 24 horas, fui convocada uma reunião com o conselho escolar.
Pela primeira vez, me senti no banco dos réus.Um negro, sendo questionado por suas atitudes de conduta.Argumentei de todas as formas, e comprovei os motivos que me levaram a querer uma assembléia. A intenção era me punir.porém, pessoas de bom senso, confirmaram que minha atitude foi de acordo com que propunha o estatuto.O mesmo tinha sido aprovado em assembléia. E era válido.a Primeira derrota da diretora foi aquela.Eu não sabia que o pior estava por vir
Resolvi então esperar as novas eleições do Grêmio Estudantil para depois disso, dar continuidade as reformas e aprovar o .estatuto.Resolvi então,realizar uma festa. Para arrecadar .fundos, pois estava próxima a eleição e os jovens pediam uma festa na escola.
A maioria da diretoria do Grêmio era de alunos da atual diretora.Comuniquei que uma festa era importante.Organizamos produtora,fizemos os ingresso.E fui fazer o comunicado a diretora.Fui expulso da sua sala como um cachorro,me senti tão humilhado, com autoestima lá embaixo.e fui a delegacia dar parte chorando do ocorrido.Procurei todas as estâncias e ninguém podia fazer nada.Dias depois, me liga o delegado,pedindo esclarecimentos.Todos me diziam que eu não podia levar a diante.Pois as provas poderiam se virar contra mim.Como a única testemunha que eu tinha a meu favor era Célia Nure,resolvi não dar prosseguimento ao caso.
Vieram as eleições para diretora e a mesma ganhou, mas mobilizamos uma oposição jamais s vista em eleições do Paulo da Gama.Vieram eleições do Grêmio .E perdi por 45 votos.Pelo fato de ter trabalhado a tarde e não poder fazer campanha com o meu vice-presidente Tiago.Além da campanha de professores dizendo que eu era uma má companhia para seus filhos no grêmios.Anos mais tarde fiquei sabendo que na reunião do conselho, um conselheiro me chamou de marginal.Sai do Grêmio com a certeza de que poderia ter feito mais,que não consegui ter sucesso com a diretora, pelo fato de ser negro e questionador.Pois era impossível tanta antipatia, por causa apenas de opiniões e visões diversas de como deveria ser uma entidade estudantil.
Percebi que a minha luta, não era contra a professora e sim , do sistema criado, para que esta lei ficasse apenas no papel.Pois diversos mecânicos coercitivos foram usados contra mim.A minha maior felicidade,foi quando uma opositora me disse, um ano depois que sai do Grêmio que eu estava certo.Tudo que aprendi no grêmio estudantil foi fundamental na minha identidade,autoestima e cidadania.Pois lutei até o ultimo momento pelos meus direitos como estudante . talvez tenha errado em alguns momentos.Lá que percebi o tipo de educação que quero pra mim, para os meus filhos e para a sociedade.Uma educação verdadeiramente democrática, justa,que respeite as diferenças e incentive a primeira forma de participação política da juventude, que é o grêmio estudantil.
Piadinhas
Contar piadas em roda de amigo é algo comum.Para quebrar a monotonia e a falta de assunto é um dos primeiros recursos utilizados pelos “folgados” de plantão.
Há vários tipos de piadas cito algumas: de português, de americano,de japonês, de russo,de negro etc..
Mas existe algo de muito perigoso, que está presente em quase todas as piadas que é o preconceito e os esteriótipos.No caso dos portugueses a maioria é passado para traz, no caso dos japoneses o órgão sexual é pequeno, dos negros o órgão sexual maior,dos brasileiros como alguém esperto que sempre arruma um “ jeitinho” de se dar bem.
Certo dia participei de uma reunião, o tema central seria educação. Me preparei e não via a hora de discutir com as pessoas e colocar a minha opinião nas discussões.Quando chegou o tão esperado momento,compareceram poucas pessoas. A maioria era pessoas das quais e já conhecia.Como eu tinha que sair esperei quase um quarenta minutos e pedi para me retirar antes de começar a reunião onde o tema seria cotas na universidade. O palestrante me informou do motivo da reunião e falei que podia contar comigo. Após me retirei da reunião fui para a escola, saber qual a instituição que iria estagiar. Durante o caminho fui pensando o quanto podia ter contribuído para reunião. Logo que escolhe o local do estágio voltei correndo para participar das discussões. Para minha surpresa, todos estavam sentados e lanchando, resolvi então ficar e fazer uma “ boquinha”. De repente um começou a contar piada de japonês.Um dos membros do grupo, tinha descendente de oriental.Percebi claramente,que apesar dos risos, que estava constrangido por a maioria das piadas ser de japonês.Quando falaram piadas de negro,sentia o mesmo sentimento do meu amigo.Senti então, que não podia mais ficar ouvindo aquelas piadas, engraçadas, mas preconceituosas.
Percebi que o preconceito é algo cultural, que vem de diferentes formas, nas rodas de amigos, nos bares, na televisão, nos livros.São piadas que buscam ridicularizar na maioria das vezes as pessoas.O mais engraçado é que todos gostavam e riam, inclusive eu.Depois me dei conta se eu ficasse ali,chegaria o momento que surgiria uma piada racista.Resolvi então ir embora.Pois eu não podia mais continuar colaboram para reforçar uma cultura que se sustenta do ridicularização.
Senti então, que apesar de não ter participado da reunião,percebi o papel que exerce a educação na vida das pessoa.Piada é algo que não se aprende na escola.Talvés esse seja o motivo de tantas piadinhas preconceituosas. Pois esse é um dos saberes que a criança, o jovem,o adulto e velho aprendem e transmitem um ao outro. Sem se dar conta que desta forma a distancia entre grupos diferentes continuará ainda maior. Pois em uma sociedade capitalista e consumista a piada é fundamental, pois auxlia no conflito e tensões raciais.

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Políticas de cotas e reparações
Passado mais de 100 anos do fim da escravidão, o estado brasileiro ainda não desenvolveu nenhuma política de reparação pelos danos causados a comunidade negra.
A pesar dos avanços dos movimentos sociais a sociedade resiste em não aceitar que crimes cometidos em 400 anos de escravidão refletem nas relações sociais. Com o fim oficial do regime escravocrata, a lei áurea colocou o negro a margem da sociedade, sem emprego, sem terra e sem história, pois Rui Barbosa mandou queimar todos os documentos históricos que contavam a trajetória do negros que vieram da África.
Apesar disso, o negro tendo como referência à resistência e a opressão zumbi dos Palmares, Mandela, Luterguing e outros . vem participando dos movimentos sociais e pressionando a sociedade e o Estado a assumir, que a democracia racial não existe, exigindo políticas públicas de reparação.
Atualmente o governo do presidente Lula, através do ministro da educação Tarso genro e de sua equipe, estão propondo um projeto de lei que estabelece que, as universidades devem destinar cotas nos curso de graduação à pobres,negros e estudantes do ensino médio. Esta proposta, logo nos primeiros dias causou uma reação das elites.
A primeira justificativa, seria que iria diminuiria a qualidade da universidade pública. A segunda, que todos são iguais perante a lei, pois a política de cotas tornaria s pessoas desiguais perante a lei.
Estas duas argumentações,mostram o quando o quanto o racismo é velado no Brasil. Nas universidades federais, menos de¨2%são negro, outros 98% são não- negros.
A única forma encontrada pelas sociedades modernas para diminuir a desigualdades sociais de seus países e reparar o dano causado á comunidade negra,foram as políticas de cotas e ações afirmativas, através leis ou medidas provisórias.
os congressos internacionais, que tratam das conseqüências do capitalismo vêm ratificando em seus encontros que as cotas são fim e não um meio, devendo ser acompanha por outras políticas sociais. O movimento negro vem crescendo e exigindo, que a raça negra tenha sua imagem valorizada na mídia, na educação,na política, nas repartições públicas e nas universidades.
Em suma, as cotas são a forma mais eficaz de tornar o Brasil um país mais justo e igualitário, capaz de enfrentar as dificuldades, buscando a valorizar uma comunidade que sofre até hoje com o preconceito e a discriminação. Pois a mesma visa democratizar os espaços existentes na sociedade. Então Brasil, chegou a hora de pagar a conta!
Racismo velado e preconceito

Certa vez, participando de um congresso de educadores sociais, uma senhora que estava dois bancos de distância de mim se aproximou e disse:
-eu fico irritada quando vejo alguém falar que os negros são iguais , mas diferentes.Pra mim, todo mundo é igual, branco, preto....
E continuou a suas reflexões durante a temática do negro.
- O meu pai era racista. Eu não sou. Só por que um nasceu mais queimadinho que o outro, não que dizer nada. Todo mundo é igual.
Passado alguns segundos,aquela senhora branca, e de feições alemã, perguntei-lhe, qual a instituição que trabalhava e respondeu-me:
- trabalho como voluntária de artesanato. Teu um grupo de 24 alunos, deste 4 são negros.
- Eu procuro explicar que não existe diferença.Que negro e branco são feitos de carne e osso.
- No final da palestra, dei-lhe até logo e fui embora.
No caminho de casa fiquei pensando. Como o racismo é velado no Brasil e o quanto às pessoas desconhecem as conseqüências de vários séculos de escravidão no Brasil. As pessoas tentam não falar do assunto.quando falam são carregados de esteriótipos e preconceitos.Se não bastasse isso. Cheguei a uma conclusão:
- o racismo é cultural da sociedade brasileira, ele está sendo transmitido de geração em geração, de forma muito sutil.Pelos meios de comunicação, pela mídia, pela escola, pelas universidades,pelos repartições públicas, pelos legisladores, pelos magistrados, pelas nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
Do ponto de vista social. A racismo irá acabar quando o negro não precisar ser visto com espanto nos diversos espaços citados acima.E deixar de ser comum, vermos negros varrendo rua, trabalhando na limpeza, ou seja, no trabalho braçal . Assim como na época da escravidão.
Para tal propósito ,será preciso uma profunda transformação na sociedade brasileiro, no que diz respeito a sua distribuição de responda. Mudando o seu sistema como um todo. Pois o capitalismo sustasse da desigualdade e da discriminação. Mudar está realidade não será tarefa das gerações futuras, mas sim, dar gerações do presente.
Por fim, analisando veremos que o racismo e o preconceito, não são culpa nossos, mas sim , sociedade e do estado.Somos ensinados todos dias a sermos individualista e pensarmos em nós mesmos. E inconscientemente as pessoas abacabam reproduzindo os valores e atitudes de uma sociedade comandada pelo capital financeiro, onde os direitos sociais estão sendo tirados dos cidadãos.Isso está contribuindo cada vez mais o racismo se acentue e deixe seu rastro de um jeito simples na mente e no coração das pessoas. Nos colocarmos no lugar do outro e uma tarefa difícil para quem não sente o racismo e preconceito na pele.
Recursos financeiros para ações afirmativas

Várias sugestões de políticas e ações afirmativas estão sendo discutidas pelo Movimento Negro organizado. Mas uma questão começa debatida com maior ênfase.De onde virão os recursos?
Durante todos os anos a união, os estados e os municípios, fazem o orçamento para ano seguinte.Com o crescimento dos movimentos sociais no Brasil, principalmente após a redemocratização, várias conselhos, secretárias e assessorias foram criadas, com o objetivo de atender a demanda da comunidade negra.
Na medida que o movimento negro foi se estruturando e se organizando surgiu uma pergunta. Como atender a demanda, sabendo que não temos recursos técnicos, materiais, humanos e financeiros?
Apenas algumas leis contra o racismo e discriminação não são suficientes. É preciso destinar recursos nos orçamentos para bolsas de estudos para negros, de concursos públicos, vagas públicas em universidades e escolas básicas,aumentar recursos nas áreas de assistências sociais, habitação, moradia e saneamento básico, emprego,trabalhos e renda.
Todas as políticas para se tornarem realmente afirmativas, necessitam de recursos financeiros. Impossível achar que apenas por lei ou medidas,os danos causados a comunidade negra serão resolvidos, e muito menos , supor que criando secretarias e comissões,estaria resolvido o problema social nos quais os negros e negras são maioria: na fila dos desempregados, dos que estão sem escolarização, dos que moram em habitações precárias, dos que são menos representados nos meios de comunicação e nas universidades, dos que não tiveram ainda, a posse de suas terras legalizadas e reconhecidas perante o estado brasileiro.
Para mudar este quadro, é fundamental aumentar os recursos para os órgãos públicos responsáveis pela valorização e promoção da igualdade social e contra a discriminação.Espaço já tem, agora é preciso aumentar os recursos. Para tanto,é necessário discutir nas assembléias, nas câmaras de deputados e no congresso,os recursos financeiros que são indispensáveis para atender a demanda social e principalmente da comunidade negra em todo o Brasil.Não adianta ter um lindo relógio sem pilha.
Para aumentar o recurso e preciso que o estado, reconheça que a política desenvolvida até hoje com a comunidade negra foi ineficaz. Saber dos problemas sociais e reconhece-los destinando recurso suficientes é o primeiro passo nas políticas e ações afirmativas.
MEUS AMIGOS
A minha prrimeira entrevista no jornal mexeu muito comigo.Ler minha reportagem no Diário Gaúcho me fez recordar da minha infância.Comecei a me lembrar dos meus amigos que foram mortos, dos meus amigos que estão no trafico, dos meus amigos companheiros de banda, da minha família, da minha namorada, das pessoas que trabalham comigo, das crianças, dos empregos que já trabalhei,enfim, lembrei de toda a minha vida.
Passei por várias pessoas na rua, todo me cumprimentavam .Era como se eles precisassem de uma referência.De uma pessoa a quem dizer para os seus filhos que é exemplo de vida, de perseverança,de luta e de muitos sonhos. Uma pessoa que foi capaz de atravessar todas as barreiras, sem precisar passar por cima de ninguém.
Num mundo em que para se ter sucesso e realização profissional tem que passar por cima dos outros,está cada vez mais comum.As pessoas estão perdendo os sonhos,as esperanças.Vi um amigo meu trabalhando para o tráfico de drogas.Fiquei pensando, será que sou um privilegiado?Passei pelas mesmas dificuldades que ele, comemos juntos,brincamos juntos, jogamos bola ,tocamos em tambor de lata,brincamos de corrida, fomos a escola.Quem é o culpado?Quem fez ele perder os sonhos? Seus pais ou a escola?ou será a sociedade..
E eu me vendo e no jornal, realizando meus sonhos, comemorando. Será que tenho que comemorar?
Acho que tenho muito,mas não me jamais, que contrariei o sistema.Tive todos as oportunidades para me tornar um bandido.Morava perto de uma boca de tráfico,tinha que ir de chinelo de dedo no inverno ao colégio, passei fome junto com cinco irmãs,tinha o pai alcoólatra,a mão cozinheira, vi a morte de vários amigos, mas a apesar de tudo isso, eu consegui.Minha primeira reportagem para o jornal não foi para a página policial.
Vários amigos me disserem que as pessoas achavam que eu tinha algo de errado e foram primeiro na pagina policial.Mas eu não estava lá e sim na primeira pagina..Outra achou, que eu tinha pedido para aparecer no jornal.Diversas foram as reações. A causa principal de tudo isso é os esteriótipos, o preconceito, a discriminação.As pessoas têm culpa nisso?Não. Isso foi algo imposto. A droga , o crime, a fome e a pobreza foram fundamentais para o sistema capitalista se desenvolver,assim como, o desemprego. As pessoas se acostumaram a ficar com a auto estima baixa, por causa do lugar em que morava, ser lugar de inúmeras dificuldades.Desta forma ficou fácil as pessoas serem vitimas de todas a mazelas da sociedade.
Meu amigo talvez tenha lido o jornal e ficado orgulhoso.Acho que mostrei em frases e orações, que as coisas poderiam ter sido diferente.E se eu consegui dar um rumo na minha vida outras pessoas também poderiam dar.
Fiquei muito feliz, quando conversei com uma colega de educação que está começando, e ela disse as mesmas palavras,que eu falei na entrevista.Aquilo mexeu com ela. Agora ele tinha uma referência.Isso é que as comunidades precisam, de referências.De pessoas que vençam da vida e que possam ser um exemplo a ser seguido.Indiretamente, conheci pessoas, que foram referencias positivas em contraposição de tudo de ruim que a vida poderia oferecer..
Cada vez que eu ouço uma criança chamar meu nome com alegria e felicidade é como se ampliassem as chances dela vencer na vida.Isto a musica me traz em cada aula e oficina. Ela me faz acreditar que o mundo pode mudar não manhã ,mas ainda hoje, através das atitudes das pessoas. Pois o mundo que temos fomos nos seres humanos que construímos, e é nós mesmos que podemos mudar.Cada um do seu jeito, da sua forma, só assim podemos mudar e transformar o mundo.
Um dia pra ficar na história
Não é todo o dia que comunidades carentes têm a oportunidade de chegar perto de algum artista ou autoridade.Pela primeira vez em mais de 30 anos de história o Campo da Tuca recebeu o Ministro da Cultura Gilberto Gil.
Foi com certeza uma das maiores homenagens que algum chefe de estado recebeu em nossa cidade.Não apenas pelo trabalho que o Ministro realizou no seu ministério , mas também pelo fato de ser um artista.Foi uma emoção muito grande.Pessoas de todo estado tiveram que driblar seus preconceitos em relação ao Campo da Tuca e tiveram que entrar e enfrentar seus medos.Pois nossa comunidade e tida por muitos órgãos da imprensa como uma das comunidades mais perigosas da cidade.Assim jornalistas tiveram que dar destaques em seus principais jornais, não de mais uma morte na comunidade e sim a presença de uma autoridade.
Eram tantos repórteres que a comunidade viveu um momento único.Pessoas pediam para Ministro autografar bolas, camisas e de alguma forma todos queriam registrar aquele momento com uma figura tão importante e referencia de negritude e brasilidade como ministro.Tive a oportunidade de lhe dizer da importância que é o investimento em cultura.Mostrei-lhe que com dedicação,frase que ouvi de seu discurso quanto venho pela primeira vez como ministro em Porto Alegre,é possível mudar a realidade e dar esperança a muitos jovens, proporcionando a muitos o direito a cidadania.Citei o exemplo de um Agente de cultura que me disse em uma oficina de música:
-Pedro agora eu me sinto um cidadão.
Ao lembrar daquele jovem,emocionei a todos e ao ministro.Rapidamente sai do auditório da Associação para inauguração do Toten.Marco do Ponto de Cultura na região sul.
O ministro nem imaginava que emoção maior estava por vir.Nos preparamos durante duas semanas, para receber o Ministro e sua comitiva.Mobilizamos todos as entidades que de alguma forma desenvolviam algum trabalha especifico na área cultura.Estavam lá, comunidade que historicamente nunca tinha desenvolvido nenhum trabalho em conjunto, devido guerra entre traficantes.
Mas através da cultura Negra como samba,dança,capoeira entre outros, conseguimos trazer da Maria da Conceição,Morro da Cruz,São Jose grupos que representavam a juventude nas suas mais variadas formas de expressão.
Quando Gilberto Gil chegou e foi apresentado à comunidade.Foi uma euforia total.Pessoas gritavam o seu nome.Mal imaginava a surpresa que o esperava.Passamos uma semana ensaiando a canção Domingo no Parque.Quando começamos a canta-la , o ministro quebrou o protocolo e saiu cantando com a gente .Naquele momento, parecia que eu estava cantando com alguém que eu já conhecia e já tinha tocado antes.Fizemos um dueto.Ele cantava um trecho da canção e eu outro.Quanto terminados de cantar o povo gritava e batia palmas.
Minutos depois do discurso e após o ministro ir embora.Vários repórteres vieram me perguntar qual era a emoção de ter cantado com Gilberto Gil.Percebi que aqueles repórteres estavam ali, por causa do artista e não do ministro.Procurei mostrar o outro lado.O trabalho sério que é realizado na associação com apoio do ministério e a repórter me disse que estava fazendo “media”.
Minha emoção foi pelo trabalho, pela cultura,pelo fato de o estado brasileiro estar de forma muito simples ajudando jovens a sair de um processo de exclusão e se sentirem cidadão de direitos e deveres perante a sociedade.Percebi que a repórter ficou decepcionada.Mas fui sincero.Talvez se eu tivesse dito que era fã de Gilberto, que comprava todos os seus cds,e que fiquei emocionado pela presença do Artista e não do ministro.A sua reportagem do jornal teria sido mais completa.
Tenho certeza que muitos estavam ali por causa do artista.Mas tiveram que mudar a sua visão da comunidade.Pois viram organização e um trabalho social sério.Parabéns a Tia Leci Soares Matos e Antonio Matos que foram os primeiros a acreditar na cultura no Campo da Tuca.Parabéns aos jovens Agentes de cultura que ajudaram na organização, Parabéns a Pequena Casa da Criança da Vila Maria da Conceição,A instituição Murialdo do Bairro são José.A todos os grupos que fizeram com que aquele dia entrasse para história da comunidade do Campo da Tuca.Parabéns também a imprensa, que divulgou nos seus jornais o evento, alguns de forma completa, outros resumidas.Mas o que importa é que realmente a cultura foi capaz de quebrar em uma hora o esteriótipo que a Tuca é violenta,e mostrar que a cultura está mudando a realidade de muitas crianças ,adolescentes,adultos,idosos e jovens e inclusive a minha.
Um verão de reportagens
Venho trabalhando com criança e adolescente desde 2002..Comecei primeiro com o trabalho voluntário.Desenvolvendo Musicalização Infantil, com crianças de 02 a 06 anos, depois tive a oportunidade de começar a trabalhar com crianças e adolescentes.Desde então, não parei mais.Já entendi musicalmente mais de 2000 crianças e adolescentes.Entre oficinas,aulas de musica e apresentações.
Minha preocupação sempre foi ajudar na socialização através da musica, mas foi percebendo que era muito mais,que se ser apenas uma atividade recreativa.Na medida que fui me aperfeiçoando, fui me dando conta que o que eu fazia era algo muito mais abrangente. Pois envolvia sentimentos,emoções, jeito de ser,de pensar,de agir.E que o meu trabalho proporcionava mudanças de atitudes e o enfretamento de desafios.a partir disso, várias mudanças começaram a ocorrer.
A primeira delas foi que outras pessoas começaram a perceber isso.A minha relação com os educandos e oficinandos, era de afeto respeito.Minha principal alegria era ver aqueles crianças que estavam em situação de abandono e maus tratos, gostarem de cantar.Eram crianças que tinham tudo pra ser infelizes, sem esperanças, sem espectativas, sem vontade de estudar.Mas para minha surpresa,o potencial que cada um tinha era imenso.cantar durante uma hora era fundamental para desenvolver a autoestima e a confiança em si de cada educando.
O segundo que exigia de mim, uma responsabilidade maior do que eu já tinha.Precisava estudar mais, conhecer mais a realidade dos educandos,procurar financiamento para projetos e seguir a carreira de música.Mas de repente , as coisas começaram a acontecer e num momento bem oportuno e de amadurecimento profissional, com uma consciência social, humana e acima de tudo negra.Pois reconhecia que muitas crianças só tinham aquele momento de lazer, que eram na sua maioria negras, que tinham dificuldades na escola, que estavam, vulneráveis ao trafico de drogas.
Uma repórter de São Paulo, venho justamente para saber, como era o meu trabalho, a caminhada que tive, as dificuldade pelas quais passei. Depois venho uma repórter gaúcha, me entrevistar,e por fim um repórter baiano, que trabalha em Porto Alegre.
Neste período de reportagem procurei mostrar a importância que a musica teve na minha vida e o quanto ela poderia mudar a vida de várias pessoas.O legal de tudo foi perceber na reportagem para televisão, que aquilo que faço esta ajudando as pessoas a acreditarem em si mesmas.A se ver e ouvir.,a se reconhecer não através do espelho.Mas ouvirem o que pensam através da televisão e da mídia
.Com certeza muitas crianças saíram dali, com a convicção de seguir o caminho do bem e enfrentar os desafios da vida e darem continuidade ao trabalho de musica.Pude ver no olhar de cada um o sentimento de alegria e esperança,de vontade de seguir o meu caminho, de orgulho de trabalhar comigo.Todos esses acontecimentos foram fundamentais para promoção da minha inclusão social e da minha autoestima.Tudo isso que busco atingir com os educandos estou buscando também. Porque a história deles e a minha historia,e a minha história espero que seja a deles,com muito mais sucesso e realizações.
Como é gostoso a pessoas se sentirem valorizados, fiquei pensando após as reportagens,como seria bom se mídia desse espaços para todas essas pessoas.Quantas mudanças iriam acontecer se ouvessem educadores e profissionais engajados na transformação da sociedade, que todas as crianças pudessem ter aulas de músicas no colégio,não aquela aula, com o sentido, de formar banda marcial.Mas no sentido de criar, inventar, reiventar, de ser criança.quantos jovens não estariam mais nas ruas.Muitas crianças deixam de ser criança, porque a sociedade as obriga, assim, como o estado.





O Primeiro texto

O novo cd de uns dos mais importantes nomes da MPB Djavan , está repleto de novidades e ensinamentos.
Analisar a qualidade musical desde poeta é inevitável.Este novo álbum coloca a mulher como uma grande responsável pela vaidade humana. Se analisarmos historicamente,iremos perceber que desde da Grécia antiga as deusas eram sinônimos de vaidade. Atualmente o homem vem se tornando vaidoso, pois começa a gostar de receber o máximo de elogios, tornando-o feminino em alguns casos, mas uma feminilidade,que está presente tanto no homem quanto na mulher. Quem não gosta de ser elogiado, admirado e ninguém melhor que as mulheres pra representar isso.
Djavan nas doze faixas do seu disco, deixa bem claro o quanto os homens precisam da vaidade das mulheres. Pois elas orientam a ação masculina muitas vezes. Os arranjos e letras são todos de autoria do mesmo. Ratificando que se pode falar do universo feminino de forma poética e com metáforas,sem ser vulgar e apelativo. Algumas músicas merecem atenção especial como; Mundo vasto , Flor do medo,vaidade,celeuma e dorme Sofia. Todas arranjadas e produzidas por Djavam. Não se percebe neste álbum,uma preocupação do autor com elementos eletrônicos, mas sim,com instrumentos de cordas de náilon,bandolim e guitarras. Em todas as 12 músicas o autor demonstra uma preocupação em mostrar todos os aspectos da vaidade humana. Neste sentido é importante analisar sua obra para entende-la e nos entendermos melhor. Por que somos tão vaidosos?qual as causas da vaidade? A mídia influência nossa vaidade? Vaidade e masculinidade andam juntas?
Por fim, todas estas questões podem ser encontradas no novo cd de Djavan. Que trás uma contribuição para pedagogos e estudiosos em psicologia. Além da contribuição inexplicável a música popular brasileira. Confirmando o dito popular, ‘’por traz de um grande homem, existe uma grande mulher.

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